Topo

"Sei que nada dura pra sempre", diz Wesley Safadão sobre sucesso meteórico

Leonardo Rodrigues

Do UOL, em São Paulo

30/03/2016 06h00

O fenômeno Wesley Safadão sabe que é impossível esquivar-se de seu prazo de validade, quando fatalmente deixará de ser o cantor mais comentado do país. Mas ele prefere não pensar muito no assunto. “Tenho ciência de que nada dura para sempre. Temos que aproveitar o momento que estamos vivendo”, diz ao UOL em entrevista que precisou ser feita via e-mail.

Como esperado, não foi nada fácil conseguir um tempo na agenda do ex-Garota Safada, que só este mês teve 21 shows marcados nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste, incluindo uma apresentação lotada no Rio. Mas a derradeira prova de fogo ainda está por vir: o cantor sobe ao palco do Villa Country, coração do sertanejo paulistano, nos próximos dias 27 e 28 de abril.

Todos os 8.000 ingressos colocados à venda para cada noite já estão esgotados a segunda data precisou ser agendada às pressas devido à grande procura. "Confesso que não esperava uma repercussão tão grande desse show. Só tenho que agradecer a Deus e dar meu melhor para o público”, afirma o cearense, que se vê como meio para romper preconceitos musicais. Quem sabe, colocando fim ao suposto "abismo cultural".

“Estamos conseguindo chegar em lugares que há um tempo atrás nosso forró não imaginava chegar.”

UOL - Você anunciou um show extra em São Paulo, devido a grande procura de ingressos é grande. O que significa sair consagrado da capital paulista?

Wesley Safadão - Fico muito feliz com essa receptividade. Confesso que não esperava uma repercussão tão grande desse show. Só tenho que agradecer a Deus e dar meu melhor para o público.
 
A música vive de altos e baixo e do surgimento de novos artistas. Ou seja, o “fenômeno Safadão” pode acabar daqui a um tempo. Já pensou sobre como lidaria com isso?

Tenho ciência de que nada dura para sempre. Temos que aproveitar o momento que estamos vivendo. Prefiro pensar em continuar trabalhando e conquistando meu espaço, mostrando meu trabalho.
 
Recentemente, você chegou a ter seu nome gritado no Lollapalooza, um festival “indie”. Wesley Safadão está ajudando a quebrar essas supostas barreiras culturais?
 
Acho que sim. Graças a Deus estamos conseguindo chegar em lugares que há um tempo atrás nosso forró não imaginava chegar. Gosto da mistura dos ritmos, de chegar em outras regiões de cultura diferente, ver as pessoas curtirem um pouco de tudo. Fico feliz em contribuir um pouco para isso.
 
Seu cabelo já foi descrito como o “mais bonito do mundo”. De certa forma, é um recado para os homens deixarem o machismo de lado e se assumirem vaidosos?
 
(risos) Na verdade, não cuido muito do meu cabelo. Para mim, é lavar, secar e prender. Não tenho esses cuidados que as pessoas imaginam. Mas acho que, se você quer e gosta de se cuidar, tem que se cuidar mesmo. Nada de machismo!
 
Seu cabelo lembra o de algumas estrelas do rock, como Steve Perry, do Journey.
 
Não conheço muito de rock. Mas temos em comum a música! Levar emoção para as pessoas, fazer com que elas curtam nosso som. Seja qual for o ritmo.
 
Você é um baita jogador de futebol amador, e hoje vivemos uma crise de talentos no Brasil. O que acha que deu errado no futebol brasileiro nos últimos dez anos?

 
Nosso futebol é muito bom, mas acredito que nossos talentos têm sido mais valorizados lá fora do que aqui. Talvez seja isso.
 
Nós publicamos um texto bem-humorado dizendo que, perto de Mr. Catra, Latino e Fábio Jr, Wesley Safadão é “100% anjo”. Concorda com a nossa lista de "safadões?

(risos) Eles tem um currículo forte não é? Realmente não me encaixo muito no perfil, mas não tenho ninguém para acrescentar. Esses exemplos já estão ótimos (risos).
 
Você nunca se cansou de tanto ouvir piadas sobre o apelido “Safadão”? Inclusive a nossa acima?
 
Não, não. Acho engraçado, me divirto. Quando a brincadeira é saudável, é supertranquilo.