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"Aqui você trabalha na massificação", diz cantor de música tema de novela

Robson Moura, do hit "Oi-Oi-Oi", da novela "Avenida Brasil" - Divulgação
Robson Moura, do hit "Oi-Oi-Oi", da novela "Avenida Brasil" Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

02/05/2016 08h00

O cantor da música “Vem Dançar Com Tudo”, tema da novela “Avenida Brasil” e que ficou marcada pelo trecho “Oi-Oi-Oi”, falou sobre o mercado musical brasileiro. “Aqui você trabalha muito na massificação das coisas”, diz Robson Moura ao UOL.

“Meu público me segue por causa da minha originalidade. Eu gosto muito de música latina e de black music, reggaetown e outros estilos latinos. Eu tenho que saber adequar o público”, admite.

“Muitos dos meus artistas preferidos fizeram isso e os que eu mais admiro são o Prince e o Michael Jackson. Eles fizeram todos os estilos. Quem dera eu consiga fazer tudo isso um dia”, conta.

O cantor deu os primeiros passos na música na igreja em que o pai era pastor e ainda novo começou a pensar em ser compositor, antes de decidir fazer música pela UNESP. " Pra mim, música é música. E existem a letra das músicas. Mesmo uma música evangélica, se eu não aceito uma declaração, eu não canto. A divisão está na letra", pondera. 

Robson também criticou o conteúdo violento constante nas músicas e na televisão. “O ‘Oi-Oi-Oi era ouvido por netinhas e vovós ao mesmo tempo. Nada agredia, nada constrangia. Quando eu faço músicas e shows, sempre penso nisso”, conta.

Foi pensando nesta fórmula que o cantor lançou na última semana a música “A Rumba Vai Te Pegar”. Lembrando o tema de "Avenida Brasil", Robson descobriu um caminho para trilhar que foge dos estudos clássicos da formação de regente. “As pessoas falam que é kuduro mas é pop”, explicou. O single estará no novo EP, com composições inéditas de sua autoria e diferentes estilos. “A música tem 3 características básicas; harmonia, melodia e ritmo. Eu não me sinto preso a um ritmo apenas, por exemplo”, completa.

 

Robson rodou o mundo com o sucesso da música tema da novela, mas sempre batalhou no meio artístico. Trabalhou como ator de teatro, de musical e também fez dança. A oportunidade de trabalhar com criação de jingles surgiu de repente, mas o sucesso de algumas publicidades foi fundamental para a carreira.

“Eles (os diretores) brincam ‘chama o Robson que ele resolve’. O ‘Rock do Ronald’ foi assim. A música veio dos Estados Unidos e precisavam de alguém que tivesse uma voz parecida com a original”, lembra.

O “Rock do Ronald” foi um sucesso estrondoso no começo da década de 2000. O CD "Dançando com o Ronald" era vendido nos milhares de McDonalds espalhados pelo país, garantindo uma “fama” na produção comercial para Robson.

Capa do álbum "Dançando com o Ronald" - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução

“Tem três tipos de trabalho com jingle: quando eu escrevo o jingle, como o Vigor Grego Potinho, quando já chega pronto e coloco a voz ou quando eu escrevo e coloco a voz”, explica.

A tentativa de sempre se reinventar é uma das qualidades de Robson, que admira, por exemplo, a cultura norte-americana musical. “Nos EUA, a música na escola e nas universidades é muito forte. Desde criança eles têm acesso a diferentes tipos de música, o que é muito importante”.

Ainda falando do mercado massificado, Robson é contra quem não acredita na música e pensa apenas no sucesso. "Eu não sou contra o sertanejo. Mas sou contra quem não é sertanejo cantar sertanejo, entende a diferença?", conclui