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Entre um nude e um hit, Biel vira sex symbol "das novinhas"

Tiago Dias

Do UOL, em São Paulo

05/05/2016 08h54

Reza a lenda que cada vez que “Química” toca na rádio, uma foto do tanquinho malhado de Biel é compartilhado nas redes sociais.

A última, ele conta, foi divulgada na segunda-feira. Saiu do banho, vestiu a cueca branca e se admirou no espelho: “Caraca, estou bonito hoje”. Em menos de uma hora, o “flagra” havia sido visto 150 mil vezes no Snapchat e estampado parte das manchetes dos portais sobre famosos. 

Ele garante que o “vazamento” não é estratégico: “Eu me comporto como uma pessoa normal, não como um artista.”

Aos 20 anos, Biel é o representante masculino no time do pop teen brasileiro, que já conta com Anitta como capitã e Ludmilla como promessa na artilharia. 

O primeiro disco, “Juntos Vamos Além”, chegou às lojas e plataformas de streaming na semana passada, repleto de letras salientes, como em “Boquinha” (Meu Deus que boquinha / Adoro essa linguinha / Com cara de levada, danada / Eu gosto assim) ou “Cheio de Maldade” (“Não precisa ter medo que eu vou guardar segredo / Fecha os olhos, abre a boca, sinta meu sabor”).

“É uma música que a galera ouve quando vai sair, quando está na maldade, na malícia”, ele define.

O resultado é uma combustão de grito, choro e arranhadas de suas fãs, denominadas Baladeiras – mas que, em sua esmagadora maioria, são garotas na faixa dos 15 anos.

“Não é todo mundo que vai pela música, para cantar com você. Tem mulher que vai para te pegar, que está na maldade”, observa.

Quando anunciou o namoro com a blogueira Flávia Pavanelli, sentiu que o assédio deu uma acalmada. Resultado: o relacionamento acabou em menos de um mês. “Esse foi um dos motivos por eu ter terminado”, comenta.

As fãs agradecem, ainda mais se ele tiver sem camisa. Entretanto, ele é sério ao dispensar o título de homem-objeto. “Eu tenho conteúdo. Meu material está aí para mostrar. Deve ser uma vida muito vazia. Quem se contenta com isso deve ser uma pessoa muito triste”, diz.

Bieber tupiniquim
Com pinta de boyzinho, pose sensual e cueca sempre à mostra, Biel surgiu em 2014, com o funk ostentação “Tô Tirando Onda” e a alcunha de Justin Bieber brasileiro. Não que ele quisesse ser sósia do canadense. “Eu queria ter publico na internet, eu vi que ia conseguir isso postando umas fotos legais: sem camisa, cuequinha e tal, fazendo carinhas. Quando vim com a música, eu já estava com um público legal”, relembra.

A vida noturna também o atraia desde a infância, quando costumava dormir nos pés do pai, radialista e DJ, atrás da pick-ups em festas e bailes. Quando chegou a época da faculdade, decidiu. “Estava na maior pressão de faculdade na cabeça. Meu pai ia deixar eu fazer medicina em uma [faculdade] particular. Estava ‘maior boi’ [fácil], estava mole. Era só pagar, ele estava disposto, mas eu quis cantar.”

Enquanto um grupo de funkeiros o criticavam pelo visual classe média, ele acumulava ‘likes’ com um funk mais “sensual”. “Pimenta” fez ainda mais barulho e hoje tem 35 milhões de visualizações – fichinha para quem já soma 60 milhões de views em cinco meses do primeiro single do álbum, “Química”.

Ele relembra daquela fase em tom parábola. “Tem aquela história: O sapo queria chegar no fim da árvore e ele era surdo. Todo mundo falando que ele não ia conseguir, mas ele era surdo, achava que todo mundo estava o incentivando. E ele conseguiu”.

Longe do ser sapo, Biel deixa claro que sua música não incentiva a sexualização precoce de crianças. “Tem o funk Ludmilla, tem o funk Guimê, mas tem o funk Livinho [representante do funk erótico], que só fala putaria, que só desrespeita. Eu quero um material para que minha irmã possa ouvir com as amigas dela de 15 anos, que os pais possam levar as meninas de cavalinho no show”, conta.

“Não tem isso de ‘os menor tá preparado para f**** com a x*** dela’ [trecho de “Baile da Favela”, do MC João]. Não estou julgando, cada um na sua, mas quero algo que se orgulhem”.