Afilhado de Safadão, Pedrinho Pegação sonha em ser "número 2" do forró
Três da manhã em um heliponto na praia do Pina em Recife, Pedrinho Pegação já canta há mais de quatro horas. Aos 25 anos, o músico que sonha em entrar para a realeza do forró, ensaia exaustivamente para um grande passo na carreira: a gravação do primeiro DVD.
Pegação carrega no nome artístico uma intenção parecida com o apelido de seu padrinho famoso: Wesley Safadão. Eles se conheceram nos tempos de vocalistas de suas respectivas bandas Forró da Pegação e Garota Safada. Viraram amigos e hoje são sócios no escritório que gerencia as carreiras solos de ambos.
No Nordeste do Brasil, hits de Pedrinho como “Amiga Parceira” e “Sextou” estão estourados, já no Sudeste a popularidade começa a crescer nas baladas "tops" de São Paulo e outras grandes capitais nas noites regadas a combo de vodka com energético.
Nascido no interior do Rio Grande do Norte, Pegação tem estilo parecido com o dos sertanejos modernos: camiseta colada, cabelo arrumado e está sempre perfumado. A ostentação de hoje não é a mesma de seis anos atrás, quando ele trabalhava como atendente na loja de material de construção do tio e precisou pedir R$ 50 emprestados ao irmão para viajar até Natal e fazer um teste para uma banda.
"Comecei montando bandinhas, me apresentando no interior do Rio Grande do Norte, até que entrei no Forró da Pegação e depois decidi seguir carreira solo. São seis anos de estrada", orgulha-se em falar.
Na realeza?
Pedrinho já é praticamente considerado o príncipe do reinado recente de Safadão - pelo menos na visão do cantor de "Camarote" - que ganhou uma popularidade astronômica no Brasil há menos de um ano.
"Temos ideias muito parecidas, mesmo gosto de música, as ideias estão sempre batendo e esse projeto vai ser um grande passo na carreira dele. É um menino bom, de coração bom, ta vindo com um DVD com muitas músicas maravilhosas, estou sendo privilegiado por estar participando”, disse Safadão antes de dividir o palco com o sócio e afilhado cantando a música “Bala e Canhão”.
Com sete telões de LED e um palco montado em formato de V, projetado para seu DVD de estreia, Pedrinho demonstrava confiança um dia antes do show, mas ao escutar o público chamando seu nome momentos antes de cantar a primeira música no dia da gravação, ele deixou transparecer a ansiedade de quem se preparou, mas não sabia muito bem como seria o grande momento.
Público na pegação
Efeitos de pirotecnia abriram o show, dando espaço para o artista cantar versos sobre a vida de solteiro, balada e – claro – pegação, mas se na plateia beijos e amassos correm soltos, Pedrinho garante que não faz jus ao nome com a destreza de um artista experiente em "não falar da vida pessoal".
"Tem pegação das pessoas, coloco o povo para tomar cachaça e depois para namorar. Um casal já me falou que se conheceu no meu show e depois acabou casando, mas eu não. Estou num romance", limitou-se sem dar detalhes. “To de boa”, acrescentou.
Com a agenda de shows começando a bombar – a maioria no Nordeste -, Pegação já conquistou seus primeiros milhões, algo inimaginável para a maioria dos jovens de sua idade. Ele, no entanto, diz não estar deslumbrado com o sucesso e sonha em dar uma vida melhor para a família.
"Antes de pensar em carro, curtição, quis reformar a casa da minha mãe, ela é uma pessoa simples, humilde, não liga para luxo, mas eu sempre quis vê-la bem, usufruir do que é bom, em seguida vim construindo as minhas coisas”, conta.
Após quatro horas no palco gravando seu primeiro grande projeto, Pedrinho se despediu do público só por conta do script, mas voltou ao palco com uma expressão de dever cumprido para mais meia hora de show sem direção, sem corte, do jeito que ele gosta. "Agora o show vai começar de verdade".
Padrinho de sucesso, potencial e parte do público ele já conquistou, mas falta um pouco mais para conquistar o que sonhou com seus pais.
"Acho que falta muito ainda, tem muitos artistas bom trabalhando há muito tempo, renomados, mas é legal ser comparado ao Wesley e a galera imaginar que logo posso ser o segundo artista do Brasil, estou trabalhando devagar e sempre. É o meu sonho ser reconhecido no Brasil inteiro, ainda não realizei mas vou realizar e tocar em todos os estados desse Brasil”.
*O repórter viajou a convite da produção do evento
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