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Há 30 anos, Queen se despedia com um dos maiores shows da história

Queen - U.Dettr/Folhapress - U.Dettr/Folhapress
Brian May e Freedie Mercury em show do Queen no Rock in Rio 1 em 1985
Imagem: U.Dettr/Folhapress

Guilherme Bryan

Colaboração para o UOL

12/07/2016 16h06

Em 12 de julho de 1986, Freddie Mercury (vocais e piano), Brian May (guitarra e vocais), John Deacon (baixo) e Roger Taylor (bateria e vocais) subiam ao palco do estádio de Wembley, na Inglaterra, para apresentar o álbum "A Kind of Magic", lançado no mês anterior. Esta foi a última grande apresentação da banda inglesa Queen em sua formação clássica e até hoje é apontada como um dos melhores shows da história. Antes apenas Beatles e Rolling Stones haviam emendado dois dias no antológico estádio. O resultado pode ser conferido na íntegra no YouTube. E também em CDs e DVDs repletos de extras, mas daí é preciso ter certa sorte para conseguir, pois tornaram-se relíquias de colecionadores.
           
"O formato criado por eles era inovador e único. Do show foi feito um verdadeiro espetáculo, em locais que nunca fizeram shows (estádio de futebol). Aliado a isso, a banda e seu staff criou um projeto de iluminação que era exclusivo dela, com suas estruturas sendo móveis e coordenadas de forma coreografada para cada música tocada", garante Bruno Cavalcante Oliveira, administrador do site e das páginas nas redes sociais do fã clube Queen Net. A iluminação era a maior já construída para um show, com mais de 10 toneladas de equipamento, para o maior palco, com 50 metros de largura e mais de 15 de altura.

Ali foram apresentados clássicos até hoje imbatíveis como “Under Pressure”, “I Want To Break Free”, “Who Wants To Live Forever”, “Love of My Life”, “Bohemian Rhapsody”, “Radio Ga Ga”, “We Will Rock You” e “We Are The Champion”. O final coube a “God Save The Queen”, com arranjos de Brian May. Atenção para uma sequência imbatível de covers, com “(You’re So Square) Baby I Don’t Care”, “Hello Mary Lou (Goodbye Heart)”, “Tutti Frutti” e “Gimme Some Lovin’”. A banda parecia estar no melhor de sua forma e Freddie Mercury confirmava mais uma vez não apenas a estupenda qualidade vocal, mas também o grande performer e animador de plateia que era.
           
Algumas curiosidades cercam esse show. A primeira delas é que, originalmente, apenas a apresentação de 12 de julho, um sábado, estava programada, mas, como os ingressos se esgotaram em poucas horas e os fãs sem convites não abandonavam os pontos de venda, resolveu-se criar um show extra para o dia anterior. Os ingressos custavam cerca de quinze libras (em torno de 63 reais). O resultado foi a quebra de recorde de público na Europa, com estimativa de 200 mil pessoas, que foram atingidas por um sistema de som com mais de 500 mil watts de potência.

O espetáculo teve início ao meio dia, com a abertura das bandas INXS e Status Quo, bastante badaladas na época. Foi também a primeira vez que uma tela Starvision foi utilizada para que quem estava no fundo do estádio não perdesse nada. Porém, em função do peso do telão, um reservatório de água teve que ser instalado atrás do palco para equilibrar o peso. O resultado foi imbatível e não é à toa que, em função da tecnologia envolvida e, claro, da apresentação dos músicos da que até hoje é considerada uma das maiores bandas de rock da história, este show está no rol dos melhores espetáculos de todos os tempos.

Tantos superlativos não soam exagerados quando se trata de uma banda que fazia espetáculos de quase duas horas de duração sem deixar a animação cair, graças a performance de todos os integrantes, com direito a solos de guitarra de Brian May e ousadias vocais de Freddie Mercury.

O último show aconteceria em agosto em Knebworth Park, também na Inglaterra. Em seguida, se havia boatos de que a banda se separaria, eles não se confirmaram.

O que os rapazes fizeram a partir dali foi se dedicar apenas aos álbuns de estúdio. Foram dois – “The Miracle” (1989) e “Innuendo” (1991) - até a morte do vocalista em Londres, em 24 de novembro de 1991. “A importância foi o marco histórico. Que se tem notícia, o Queen foi a primeira banda a realizar shows em estádios, com uma grandiosidade invejável. Após isso, todas as demais bandas copiaram o modelo, frisando que o antigo estádio de Wembley, após ser utilizado pelo Queen, o foi por várias bandas.

Hoje em dia, com o novo Wembley, continua sendo usado em shows, assim como em todo o mundo a maioria dos shows de grande porte são realizados em estádios de futebol”, completa Bruno Cavalcante Oliveira.