Steve 'N' Seagulls: a banda que faz versões caipiras de clássicos do metal

Se na sua cabeça heavy metal é sinônimo de cidade grande, camisetas pretas e distorção desenfreada nas guitarras, você precisa conhecer o grupo Steve 'N' Seagulls.

Os finlandeses são uma das atrações do Maximus Festival, que acontece nesta quarta (7) em São Paulo, no autódromo de Interlagos, reunindo nomes como Rammstein, Marilyn Manson e Disturbed.

Mas nenhuma delas pode ser comparada aos escandinavos. Vinda de uma das regiões mais prolíficas do rock no mundo, a banda é conhecida por adotar o estilo caipira americano, fazendo versões bluegrass e hillbilly de clássicos do metal e hard rock (veja no vídeo acima).

A zoeira que começa pelo nome —um trocadilho com o ator Steven Seagal— já gerou dois álbuns de estúdio: "Brothers in Farms" (alusão a "Brothers in Arms", do Dire Straits) e Farm Machine, ambos lançados em 2015. Entre os "coverizados", Iron Maiden, Metallica, Guns N´ Roses e AC/DC.

A proposta é semelhante à de grupos como o croata 2Cellos, que faz versões "pesadas" com violoncelos e que, a exemplo de diversos artistas da nova geração, também nasceu de um fenômeno viral.

Em dois anos, os vídeos do Steve 'N' Seagulls no YouTube, repletos de referências à estilo de vida do campo, já acumulam mais de 45 milhões de visualizações —quase 28 milhões apenas no de "Thunderstruck", do AC/DC.

Se falta composições próprias, sobra originalidade. Os músicos têm o hábito de se vestir à caráter em suas aparições. Ou seja, camisetas regatas sobre macacões jeans surrados, muito xadrez e chapéus típicos. Os intrumentos: violão, bandolim, banjo, acordeão...

Imagine (ou tente) o personagem Cletus, o pai de uma enorme família caipira do desenho "Os Simpsons", versado em heavy metal. Difícil? A banda concorda. Para os integrantes, nem tudo o que fazem é galhofa.

"Não somos a nova piada", afirmou o vocalista Remmell ao site "Village Voice". "Queremos é nos divertir e fazer o público se divertir. Como músicos, fazemos a melhor gravação possível, com os melhores arranjos que conseguimos. Essa é a nossa parte 'sem humor'."