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Loalwa Braz, do grupo Kaoma, é encontrada morta dentro de carro incendiado

Felipe Branco Cruz

Do UOL, em São Paulo

19/01/2017 11h00

A cantora Loalwa Braz, do grupo de lambada Kaoma, foi encontrada morta nesta quinta-feira (19), carbonizada dentro de um carro em local próximo de sua casa, em Saquarema, na região dos Lagos, no Rio de Janeiro. A morte da artista de 63 anos foi confirmada ao UOL pela assessoria de imprensa da Polícia Civil.

De acordo com o Corpo de Bombeiros da região, uma equipe foi acionada às 3h50 para conter um incêndio no sótão da pousada Azur, de propriedade de Loalwa. Às 6h, a mesma equipe atendeu a uma outra chamada, desta vez para apagar o fogo em um carro modelo Honda Civic, onde foi encontrado um corpo totalmente carbonizado no banco traseiro.

Somente após uma perícia, a polícia poderá dizer se os incêndios na casa e no carro têm relação e se ambos foram criminosos. O caso está sendo investigado pela 124ª Delegacia de Polícia, em Saquarema, e o corpo será encaminhado para o Instituto Médico Legal para identificação. 

Ao UOL, o assessor de imprensa da cantora, Vinicius Belo, disse que a pousada Azur, embora ficasse em um lugar bastante afastado, não tinha segurança. "Loalwa não tinha medo de assaltos", contou ele, que trabalhava há oito anos com a artista.

Loalwa tinha acabado de se curar de um câncer no ovário e se preparava para regravar seus principais sucessos remixados em outros estilos musicais. 

Sucesso da lambada

Loalwa era vocalista do grupo de lambada de maior sucesso dos anos 1980. O Kaoma, fundado em 1985, ganhou notoriedade mundial com hits como "Chorando Se Foi", "Dançando Lambada" e "Lambamor". Atualmente, Loalwa vivia em Saquarema.

Ela nasceu no Rio de Janeiro e cresceu em uma família musical. Seu pai era chefe de orquestra popular e sua mãe, pianista clássica. Loalwa começou sua carreira aos 13 anos. Durante esse período, dividiu o palco com Gilberto Gil, Caetano Veloso, Tim Maia, Gal Costa e Maria Bethânia.

Na França, ela viveu durante vários anos e é onde mora atualmente o marido dela, o empresário francês Eric Levesqueau. Foi lá também que nasceu o grupo Kaoma, formado em sua maioria por músicos africanos e brasileiros que ganharam fama mundial.

Ao todo, o Kaoma vendeu mais de 25 milhões de discos em todo o mundo e ganhou mais de 80 discos de ouro e platina. Na França, "Chorando Se Foi" vendeu 700 mil cópias. O sucesso da música, porém, esteve envolvido em uma polêmica depois da acusação de plágio pelo grupo boliviano Los Kjarkas, que teria composto a canção em 1981. Após anos de disputas com os produtores da famosa versão, a Justiça reconheceu os direitos do Los Kjarkas.

Loalwa se apresentou pela última vez no Brasil em setembro de 2016 em Porto Seguro, dentro de um festival de música de lambada.