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Fergie volta ao Rock in Rio empoderada e ostentando "orgulho Milf"

A cantora Fergie - Reprodução
A cantora Fergie Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

16/09/2017 04h00

A definição de Milf (“mãe com quem eu transaria”, em tradução livre) pode soar machista a ouvidos mais “politicamente corretos”, mas o fato é que a cantora Fergie, 42 anos, parece ter tomado o termo para si. “Eu sou a mãe gostosa com meu próprio dinheiro”, canta ela, assertiva, na nova “"M.I.L.F. $".

Caso não esteja ligando o nome à pessoa: Fergie, que se apresenta no Rock in Rio neste sábado (16), é a vocalista do grupo pop Black Eyed Peas. É possível que você se lembre dela no insinuante clipe de "My Humps”, no qual encarna a “mulher objeto”, que não se envergonha em torrar toda a grana. Uma década depois, o mundo mudou. Fergie também.

A cantora lançará no próximo dia 22 seu segundo álbum solo, “Double Dutchess”, o primeiro após dar à luz o primeiro filho. Nesta quinta (14), ela surpreendeu fãs ao anunciar que está se separando do ator Josh Duhamel, após oito anos de casamento. Nessa nova fase, o “orgulho Milf” parece fazer todo o sentido.

Nas palavras da própria Fergie, há um renascimento pessoal e artístico. "Eu acabei de finalizar todos os meus vídeos ontem. É como se estivesse dando a luz a um bebê diferente. Ele vão veio da minha barriga, mas a minha alma", disse ela em entrevista à rádio americana, pouco antes de embarcar ao Brasil.

Mas que fase é essa? Pelo que foi adiantado nos primeiros singles do novo álbum, ela está mais sensual e um tanto menos romântica na comparação com seu trabalho solo de estreia, lançado em 2006. A maturidade passa pelo discurso, agora alinhado ao feminista. Fergie se empoderou.

Em “M.I.L.F. $", com clipe em que se lambuza de leite e provoca, ela canta sem precisar de satisfação. “Estou me divertindo, sou o holofote. Estou comprando o bar, assim como comprei todas essas pedras. Trabalhei a semana inteira, agora cadê a minha bebida?”.

Já na recente “You Already Know”, parceria com a rapper Nicki Minaj, diz que “a vadia me fez sentir como cigana, fumando naquele cachimbo. Me fez sentir como uma hippie louca. Saí por um minuto e você já sentiu minha falta. Agora a Fergie voltou com uma sacola cheia de travessuras”.

“Essa música é sobre ficar juntas como chefonas. Nós duas trabalhamos duro pelo que temos e continuamos fazendo isso. Eu sou uma lutadora! Assim como a Nicki é! Temos o mesmo objetivo. Essa música fala de mulheres não se voltarem umas contras as outras. É sobre permanecer unidas e fortes”, disse Fergie em entrevista à rádio americana.

A crítica americana elogiou a música e o esforço da cantora ao se adaptar ao novo pop e aos novos tempos. "A faixa fica em um lugar entre o lounge e a pista de dança. Talvez não seja perfeita para todos, mas ainda assim é bem-vinda", escreveu Hugh McIntyre, da revista “Forbes”, que destacou a pegada da faixa.

De volta à baila pop, o desafio de Fergie é tentar se manter popular e relevante fora do Black Eyed Peas, do qual ainda faz parte. “[A nova música] ’L.A. Love (La La)’ nada mais é do que uma lição de geografia sobre uma daquelas batidas que já ouvimos dez vezes antes, o que é uma vergonha quando você lembra que Fergie é uma das maiores artistas femininas dos anos 2000”, publicou Jacques Peterson do site “PopDust”. O caminho é longo.