Pussy Riot recorre à Corte Europeia de Direitos Humanos
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Natalia Kolesnikova/AFP
Integrantes da banda punk russa Pussy Riot (da esquerda para direita) Maria Alyokhina, Yekaterina Samutsevich e Nadezhda Tolokonnikova, presas depois de um protesto conta o presidente Vladimir Putin
Três integrantes da banda punk russa Pussy Riot recorreram à Corte Europeia de Direitos Humanos por causa das suas penas de prisão em decorrência de um protesto contra as ligações do presidente Vladimir Putin com a Igreja Ortodoxa russa.
Condenadas por "vandalismo motivado por ódio religioso", Nadezhda Tolokonnikova e Maria Alyokhina estão quase na metade de suas penas de dois anos. Yekaterina Samutsevich teve o cumprimento da pena adiado graças a um recurso.
O advogado Pavel Chikov disse que a Rússia violou seu direito à liberdade de expressão, a um julgamento justo e à liberdade. Ele acrescentou que elas também estão sendo tratadas desumanamente sob custódia, ao serem privadas de sono e alimentação suficientes nos dias em que precisam comparecer ao tribunal.
Chikov minimizou as consequências práticas do recurso.
"Acho que elas serão libertadas da prisão antes da sentença do tribunal", disse nesta quinta-feira, um dia depois de enviar o recurso a Estrasburgo.
"Mas a Corte Europeia não é o mecanismo-chave para buscar sua libertação imediata. É importante para fazer justiça, declará-las inocentes e, no final, absolvê-las."
A prisão das artistas causou forte indignação por parte de ativistas e governos estrangeiros, e muitos viram esse fato como parte de uma onda de repressão do governo de Putin contra dissidentes.