Novo Museu Richard Wagner aborda laços nazistas de compositor e sua família
O Museu Richard Wagner, que foi renovado e será aberto em Bayreuth, Alemanha, neste final de semana para coincidir com o festival anual de óperas wagnerianas na cidade bávara, traz ao centro do palco pela primeira vez o antissemitismo do compositor e os laços tardios de sua família com Adolf Hitler.
Reformado e duplicado de tamanho ao custo de 20 milhões de euros, o museu exibe de forma inédita os tratados antissemíticos de Wagner, que ele publicou anonimamente na juventude e com seu próprio nome antes de morrer em 1883.
Também são revelados os laços estreitos que sua viúva, Cosima, falecida em 1930, e seus descendentes forjaram com Hitler, que amava a música de Wagner e visitava Bayreuth regularmente para ouvir óperas no teatro Festspielhaus, que Wagner concebeu e construiu nos anos 1870.
"Quando o museu foi aberto, quase 40 anos atrás, não estava completo", disse o diretor do museu, Sven Friedrich, durante uma visita guiada nesta sexta-feira (24), antes da abertura ao público no domingo. "Ele não deveria tratar somente de sua música e suas óperas, mas também da recepção de seu trabalho décadas mais tarde e das relações de sua família com Hitler".
Reformas
O complexo de três edifícios, o principal deles novo em folha, contém uma variedade de figurinos de ópera, mostras audiovisuais, um cinema e um café, e terá exibições alternadas.
A maior parte desse material estará em um novo prédio de vidro e concreto em grande parte subterrâneo erguido ao lado do lar de Wagner em Bayreuth, a "Wahnfried", também datada dos anos 1870 e que sofreu grandes danos em um bombardeio dos Aliados no final da Segunda Guerra Mundial.
A "Wahnfried" também foi restaurada com muitas peças de mobília originais, mas Friedrich disse não ser uma "Disneylândia do compositor" e que tudo que não é original está coberto de tecido branco.
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