Rodrigo Silveira
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Jan Fjeld
Fila Brazillia. Não está grafado errado e não tem quase nada a ver com o Brasil, a não ser a menção à raça de cães Fila Brasileiro e e um remix feito para Chico Science & Nação Zumbi.
O som da dupla inglesa Fila Brazillia é música eletrônica instrumental. É jazz para a pista de dança, em tempos mais relaxados. Usando pedacinhos de melodias e vozes do ciberespaço, as composições são feitas em cima de linhas de baixo de dub. A música nasceu na era do hip hop, mas tem a inteligência de incorporar alguns motivos da tradição clássica e ambient com ritmos do mundo inteiro.
A dupla é
sedutora por vocação, independente por convicção e até agora, é um dos segredos mais bem guardados do mundo pop. Guardado, mais especificamente, na pacata cidade
Kingston upon Hull. A primeira foto, mostrando a cara da dupla, apareceu há menos de um mês na imprensa. Um feito, considerando que o primeiro single com o nome Fila Brazillia apareceu em 1992. Nenhum dos seus sete discos de composições próprias ou de remixes mostram a cara de
Steve Cobby e Dave McSherry. Não podemos acusá-los de usar uma estratégia óbvia para fazer sucesso, mas é uma indicação de que estão chegando a um público.
Thom Yorke do Radiohead e o rapper Busta Rhymes já foram seduzidos pela dupla e encomendaram remixes, assim como Moloko e U.N.K.L.E.. Os Fila trabalharam também com The Orb, Lamb e até remixaram um clássico do electro funk de A Certain Ratio.
Fila Brazillia está no mercado atual com um CD duplo de remixes intitulado Brazilification, remixes 95-99 (incluindo os remixes anteriormente mencionados), um CD ao vivo,
Fila Brazillia@V&A o disco "Late Night With Fila Brazillia", que é uma coletânea de artistas que inspiraram a dupla, como John Barry, Nightmares on Wax, David Holmes e Kelis.
Neste mês de novembro a dupla lançou o primeiro single "Spill the Beans", do novo CD, previsto para sair no início de 2002. O single conta até com ajuda do austríaco Richard Kruder, de outra dupla do mundo independente ambientado em algum lugar do mundo eletrônico,
Kruder und Dorfmeister.
Interessantes são também as capas dos seus
CDs, como detalhes coloridos de um trabalho com tinta acrílica ("Mess"), uma pintura em aquarela ("Old Codes
/ New Chaos"), um close de fibra ótica (Maim that Tune") e até um vitral com Jesus fumando um baseado ("A Touch of Cloth").
Em entrevista ao jornal inglês Guardian, Steve Cobby definiu o som do grupo: "É intencionalmente cinematográfico. A idéia é que você produza seus próprios filmes na sua cabeça. Não tem cantores tentando apresentar alguma história boba em cima do som".
A mistura sedutora que o Fila Brazillia faz antecipou trabalhos de, por exemplo, Air e os também ingleses de
Groove Armada. E, se as paisagens sonoras de Air e Groove Armada funcionam comercialmente, as do Fila Brazillia também têm tudo para colar.
Clique aqui para ouvir os remixes de Fila Brazillia:
Lamb - Cotton Wool (Fila Brazilia Mix) Better Daze - Golden Brown - (Fila Brazilia Mix) Visite o
site oficial de Fila Brazillia.