"Sucking on my titties like you wanted me, calling me, all the time like Blondie, Check out my cushy behind, it's fine all of the time. Like sex on the beaches. What else is in the teaches of peaches?" aí entra o refrão: "Fuck the pain away" repetido ad infinitum. A letra é da música "Fuck The Pain Away" de Peaches. Ouça aqui em
alta ou em
baixa velocidade.
Peaches é cheia de atitude punk, é uma experiente exibicionista e faz um show sexy-trash em que os "tchans" principais são a sua
coçada de saco e a sua vagina giratória. Além de, é claro, o seu som que soa como algo entre Devo e Malcolm McLaren na época de "Buffalo Gals", só que é mais sujo, agressivo e provocante.
O nome de batismo da canadense que inventou a Peaches é Merrill Nisker e, através da independente Sum Records, ela está lançando o seu primeiro CD "The Teaches of Peaches" (Kitty-Yo/ XL Recordings, 2000/2001) no Brasil, na semana que vem. Mas, infelizmente sem nenhum show em vista por estas bandas. Vale observar que o CD está chegando com quase dois anos de atraso do
lançamento original - mas por aqui vale mesmo assim.
O som electro punk minimalista devasso de Peaches traz novos ares ao marasmo na eletrônica atual. Todas as suas músicas são impulsionadas por batidas hip hop funkeadas e guitarras nervosas, contando com a ajuda de seus parceiros
Gonzales, Sticky e Mocky. Todas as onze faixas usam uma base de beatbox (Roland 505) e entram na onda do Miami Bass, invadindo também a praia do funk carioca. Mas nada de se submeter a um tigrão qualquer: no mundo de "The Teaches of Peaches", a "tchutchuca" Peaches é quem manda.
Embora tenha passado com louvor no teste de entrada para o clube das meninas sexualmente agressivas e explícitas, que conta com Madonna,
Lil Kim, Diamanda Galás e Lydia Lunch, Peaches traz uma frivolidade, um elemento de humor ausente nas letras e no som das outras. Mesmo assim, seria um exagero chama-la de feminista militante que quer chamar atenção para o movimento "girl power".
Disse ela em uma entrevista na revista Wire que não é uma cantora, musicista ou feminista. Define-se como uma animadora, que quer se divertir e que fica muito contente quando as pessoas que assistem aos seus shows ou ouvem suas músicas ficam com vontade de fazer sexo.
Nas suas letras libidinosas e lúbricas, Peaches não deixa nada para a imaginação. São 100% explícitas, com títulos como "Fuck the pain away", "Lovertits" e "Diddle My Skittle" (gíria que significa algo como "Massageie meu Clitóris"). Justamente por isto, Peaches consegue inspirar, chocar e levantar as sobrancelhas dos inibidos. Nos refrões, os ouvintes são convocados a dar uma chupada ali e uma lambida acolá.
Ela se apresenta com apertadas calças de lycra e shortinhos, bem ao estilo das dançarinas de axé brasileiras. No seu site e nos das gravadoras independentes (há indicações no final da coluna) você encontra boas animações, além de vários dos seus vídeos disponíveis para o seu divertimento.
Merrill Niskins era professora de teatro para crianças, criou o seu nome no circuito de filmes alternativos pelas suas produções de super 8 junto com uma sua amiga, a artista plástica Shary Boyle, que foram muito bem-recebidos na Europa em geral e na Alemanha em especial, onde entraram em alta rotação na MTV local. Nestes, Peaches teve uma oportunidade de mostrar as suas músicas e performance e, hoje, ela chama a cidade de Berlim de seu lar - a cidade onde o electro nunca morreu.
A mensagem é bem simples: não se reprima, não tenha medo de sair por aí mostrando que você tem colhões.
>> Ouça
Peaches com Louie Austen no Pop Link
>> Ouça
Gonzales no Pop Link
>> Veja os vídeos disponíves no
site da gravadora XL Recordings. Clique em "artists" e aí escolhe "Peaches"
>> Visite o site
oficial de Peaches. É bem tosco.
>> Visite o site oficial da gravadora
Kitty-Yo que tem info atualizado sobre Peaches