UOL Música
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Tim Festival 2008

21 a 25 em São Paulo | 23 a 25 no Rio de Janeiro | 25 a 27 em Vitória

24/10/2008 - 03h36
Sem Weller, noite desfalcada teve shows competentes mas não conseguiu encher auditório

PEDRO CARVALHO
Colaboração para o UOL


Chris von Ameln / UOL

Marcelo Camelo se apresenta no Auditório Ibirapuera, em São Paulo (23/10/2008)

Marcelo Camelo se apresenta no Auditório Ibirapuera, em São Paulo (23/10/2008)


Na noite desta quinta-feira (23), o Auditório Ibirapuera, em São Paulo, recebeu os cantores Roberta Sá, Marcelo Camelo e Arnaldo Antunes para a noite Bossa Mod, dentro da programação da sexta edição do Tim Festival.

Com o cancelamento do show do cantor e compositor britânico e ícone mod Paul Weller, que originalmente dividiria o programa com Marcelo Camelo, o nome da noite perdeu o sentido. O que seria um encontro entre gêneros bastante distintos acabou se tornando uma exposição de diferentes vertentes modernas da MPB.

Foi perdida também a parte do público formada por fãs de Weller, cuja falta era claramente percebida por meio dos muitos lugares vazios na platéia do auditório, que estava com os cerca de 800 lugares esgotados desde o final de setembro. De acordo com a assessoria do festival, os shows reuniram 600 pessoas.

A escolha de Arnaldo Antunes e Roberta Sá não ajudou a manter a casa cheia. Por melhor que ambos sejam em seus campos de atuação, não conseguiram nem evitar a desistência de quem queria ver Paul Weller nem atrair a atenção de muitos dos fãs de Marcelo Camelo, que só assistiram ao show do ex-vocalista do Los Hermanos.

A carioca Roberta Sá abriu a noite por volta das 20h45 e, durante quase uma hora e meia, apresentou um repertório bem construído, com MPB tradicional e raizes bem fixadas no samba e na bossa nova.

Os arranjos e a formação da banda, com dois violões, bateria, percussão e equipamentos eletrônicos, dava o tom moderno ao show, que apesar de ter sido um pouco longo e visto por uma platéia relativamente pequena, agradou aos presentes, que, no final, vieram à frente do palco e pediram bis.

Marcelo Camelo
Após intervalo de 15 minutos, Marcelo Camelo entrou no palco e abriu seu show sozinho, com "Passeando", para um público substancialmente maior do que na apresentação anterior, mas ainda assim, insuficiente para encher a casa.

Em seguida, levantou-se do banquinho, pegou a guitarra e, antes de tocar "Téo e a Gaivota", apresentou os paulistanos do Hurtmold, seus fiéis escudeiros na turnê de seu primeiro disco solo, "Sou". A banda surpreendeu quem esperava que os holofotes se concentrassem apenas em Camelo, contando, merecidamente, com mais destaque do que é comum para bandas de apoio de artistas solo.

No decorrer do show, o Hurtmold conseguiu reproduziu com perfeição os arranjos das faixas que gravaram ao lado de Camelo em "Sou" e, melhor ainda, dar uma dose extra de energia ao resto do repertório.

Apesar da qualidade do material, da coesão da banda e dos indícios de que "Sou" já caiu no gosto do público, que já sabe cantar a maior parte das canções, o ambiente formal do Auditório Ibirapuera deu à noite um ar um pouco austero demais. Isso, junto ao clima bucólico de algumas composições, fez deste um dos shows mais silenciosos da temporada.

Arnaldo Antunes
Ao fim da apresentação de Marcelo Camelo pouco antes das 23h30, a maior parte do público preferiu ir embora. Os que ficaram, eram em grande parte fãs de Arnaldo Antunes, que assumiu o palco em seguida.

Ao lado de uma interessante banda que, desprovida de instrumentos de percussão, conta apenas com violão, guitarra e teclados, o ex-titã fez um show competente, misturando, como é praxe, poesia e música com a videoarte, que era projetada num telão ao fundo.

O público reduzido, de menos de 200 pessoas, se animou principalmente com a versão do clássico dos Titãs "Não Vou Me Adaptar", do segundo disco da banda, "Televisão" (1985).

Outro ponto alto foi a participação do guitarrista Edgard Scandurra, que nas músicas "Hotel Fraternité" e "Debaixo D'água", demonstrou suas habilidades com o vocoder, efeito que combina a voz humana ao som do instrumento.

Após descer do palco para cantar no meio do público em "O Silêncio", Antunes quase encerrou a apresentação com "Luzes". Depois de um minuto, voltou para o bis, que teve "Judiaria" e "Fora de Si", novamente com o apoio de Scandurra.

Ironicamente, o terno cinza-chumbo do elegante guitarrista acabou sendo, propositalmente ou não, o único elemento mod remanescente na noite que deveria ter recebido Paul Weller.

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