UOL Música
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Tim Festival 2008

21 a 25 em São Paulo | 23 a 25 no Rio de Janeiro | 25 a 27 em Vitória

24/10/2008 - 04h26
No Tim, Klaxons mostra que entende de barulho; Neon Neon não brilha

MARIANA TRAMONTINA
Da Redação


Marcelo Soubhia / UOL

O cantor e baixista Jamie Reynolds no show do Klaxons em São Paulo (23/10/2008)

O cantor e baixista Jamie Reynolds no show do Klaxons em São Paulo (23/10/2008)


A new rave caducou. O verde-limão e os glowsticks (tubos de plástico de cores vibrantes) já não se usam mais. Se algum ruído ainda está no ar é o da mistura de rock e elementos eletrônicos, mas sem tirar o pé da alma indie. Foi isso que o Klaxons e o Neon Neon, atrações da noite Novas Raves do Tim Festival, nesta quinta-feira (23), mostraram para os poucos que apareceram no Parque Ibirapuera, local que sedia o evento até sábado em São Paulo.

O espaço, que recebeu cerca de 2.000 pessoas, segundo a assessoria do evento, metade de sua capacidade, foi terreno aberto para quem quisesse dançar, sentar, abrir os braços ou fazer qualquer outra gaiatice: tanto espaço que nem precisava pisar no pé de alguém.

Se os ingressos com preço salgado (R$ 150) afastaram o público do festival, a forte chuva que caiu na noite desta quinta na capital paulista também pode ter deixado gente em casa. O temporal só ajudou a compor o visual da meninada que ousou nas galochas coloridas --mesmo que o verde-limão já tenha se aposentado no hype passado.

Atração principal da noite, o Klaxons subiu ao palco às 23h. Com trajes folgados e um vocalista vestido de bombachas, o quarteto formado por Jamie Reynolds (voz e baixo), James Righton (voz e teclado), Simon Taylor (guitarra) e Steffan Halperin (bateria) abriu o show com a barulhenta "Bouncer", cover do Kicks Like A Mule, que serviu de introdução para "Atlantis to Interzone". Com sons de sirenes e excesso de guitarras, a música parece ter saído de um filme de Quentin Tarantino e provou que de barulho e sintetizadores o Klaxons entende.

A dançante "Totem on the Timeline", que está a um pulo do indie-rock, entrou no repertório para levantar o público limitado. Se alguém quis ficar parado, não conseguiu: o tablado de madeira onde foi montado o palco sacudia, ora pelos graves estrondosos, ora pelos pulos dos fãs.

O desfile de hits começou com "Golden Skans", intercalou a nova "Moonhead", e seguiu com "As Above So Below" e "Two Receivers", com o vocalista Jamie Reynolds abusando nos falsetes e o público acompanhando como um hino.

Com exceção da música "Forgotten Works", a banda entregou para os fãs todas as outras dez faixas de "Myths of the Near Future", de 2007, primeiro e único disco lançado pelos ingleses. No show, de exata uma hora de duração, coube ainda a nova "Calm Trees" e o bis com "It's Not Over Yet" e "Four Horsemen of 2012", esta última com a presença do rapper Har Mar Superstar, que se apresentou antes com o Neon Neon, rebolando como um discípulo de Beyoncé.

Brilho fosco
O show do Neon Neon, assim como o disco "Stainless Style", lançado neste ano, é dividido em duas partes: o synth-pop do galês Gruff Rhys (líder do Super Furry Animals) e as batidas hip hop do norte-americano Boom Bip, que faz sua parte nos teclados. O espetáculo é uma espécie de biografia de John DeLorean, famoso por desenhar as curvas futuristas do carro da série cinematográfica dos anos 80 "De Volta Para o Futuro".

A primeira sessão do show foi aberta com as quatro faixas iniciais do álbum, em seqüência: o tema instrumental, "Dream Cars", "I Told Her on Alderaan" e "Raquel". Todas com a voz suave de Rhys contrapondo os nostálgicos sintetizadores oitentistas. A cantora Cate Le Bon, que participa do disco e excursiona com a banda desde o início da turnê, deu sua contribuição vocal na pop "I Lust U".

Um telão instalado nos cantos do palco passava imagens do famoso carro criado por DeLorean. Os poucos marmanjos do local só trocaram o palco pelo telão quando a atriz Raquel Welch roubou a cena em poses insinuantes, num videoclipe que serviu de pano de fundo para a música que leva seu nome.

A segunda parte do show abriu as portas para mais um convidado: Har Mar Superstar. Enrolado num xale amarelo com lantejoulas, o músico norte-americano destilou "Trick for Treat" enquanto rodopiava pelo palco, plantava bananeira, pedia aplausos e falava um suspeito português fluente. Cantou "Michael Douglas" e gemeu em "Sweat Shop".

Se o Neon Neon seguia sem brilho próprio, Har Mar é quem dava cor ao espetáculo. Baixinho, branquelo, careca e ostentando uma barriga saliente, Sean Tillman (seu nome verdadeiro) mostrou o que é ser um showman --ou, no seu caso, um superstar. Parecia missão impossível tirar alguma reação do público, mas o irreverente rapper fez todo mundo rir com suas estrepolias.

O show de 40 minutos foi encerrado com a música "Stainless Style". Nela, a banda arriscou uma batucada, introduziu um samba e descambou para a balada eletrônica. Os presentes dançavam conforme a música, até se cansarem pelo excesso das batidas. O som tinha tudo o que faltou no público: animação.

Neste próximo sábado (24), é a vez do Rio de Janeiro receber a noite Novas Raves no Tim Festival.

Veja abaixo a lista de músicas do show do Neon Neon em São Paulo:

"Neon Theme"
"Dream Cars"
"I Told Her on Alderaan"
"Raquel"
"I Lust U"
"Trick for Treat"
"Michael Douglas"
"Sweat Shop"
"Stainless Style"

Veja a lista de músicas apresentadas pelo Klaxons em São Paulo:

"Bouncer"
"Atlantis To Interzone"
"Totem on the Timeline"
"Golden Skans"
"Moonhead"
"As Above, So Below"
"Two Receivers"
"Magick"
"Calm Trees"
"Gravity's Rainbow"
"Isle of Her"
(bis)
"It's Not Over Yet"
"Four Horsemen of 2012"

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