Michael Jackson 1958-2009
29/10/2006 - 01h48 Em véspera de eleição, Patti Smith faz show politizado no Tim Festival Do enviado especial ao Rio
"Este é o único instrumento de guerra de que a gente precisa", disse Patti Smith, com a guitarra erguida no ar, em seu primeiro show no Brasil, na madrugada de domingo, na edição carioca do Tim Festival. O tom politizado tingiu toda a apresentação da cantora, um dos ícones do rock dos anos 70, considerada precursora do punk, mostrou de onde vem o som de bandas da nova geração do rock, como a também nova-iorquina Yeah Yeah Yeahs, que ainda toca esta noite no Tim. Smith abriu o show com "Gimme Shelter", dos Rolling Stones, e fez uma apresentação de pouco mais de uma hora em que interpretou sucessos de sua carreira, como "Gloria", "Free Money" e "Redondo Beach", com uma sonoridade crua e direta, de puro rock, e sem firulas. A cantora dedicou "Southern Cross" a crianças e civis que perderam a vida por causa da política externa dos Estados Unidos, que ela chamou de "política dos dobermanns". "Amanhã é dia de eleição e não importa quem ganhe, foram vocês que o colocaram lá. Não é o povo que serve o governo, mas o governo que serve o povo", disse antes de cantar a esperançosa "People Have the Power". Outro de seus clássicos que entraram no repertório foi "Because The Night", cujo refrão teve direito a coro da platéia. No início do show, Smith estava mais contida, mas no decorrer do espetáculo, foi se soltando e dançou, cuspiu e andou pelo palco enquanto tirava ruídos e dissonâncias de sua guitarra. Na última música, "Gloria", a cantora --que participou recentemente do último show antes do fechamento do berço do punk nova-iorquino, o "CBGBs"-- dançou e puxou o grito de guerra dos Ramones, "Hey ho, let's go!", acompanhada em uníssono pelos presentes. (FERNANDO KAIDA)
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