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27/10/2007 - 06h19
Chan Marshall mostra autoconfiança e sai ovacionada em show do Cat Power no Rio de Janeiro

GABRIELA BELÉM
Enviada especial ao Rio


Publius Vergilius / UOL

Apresentação de Cat Power no Rio de Janeiro (26/10/07)

Apresentação de Cat Power no Rio de Janeiro (26/10/07)


Chan Marshall, líder e vocalista do projeto Cat Power, mostrou que está mesmo de bem com a vida, após a depressão pela qual passou em 2006. Na madrugada desta sexta-feira (26), na Marina da Glória, no Rio, o que se viu foi uma artista radiante, esbanjando autoconfiança e beleza no palco "Novas Divas".

A fase sóbria tornou a musa indie de 35 anos mais animada, até no visual. Ao surgir no palco com uma camiseta básica verde, calça jeans e uma gravata de lantejoulas pretas no pescoço, Chan apresentou a banda Dirty Delta Blues, fator importante também para a levantada de astral dos últimos tempos e da levada mais country e soul do seu trabalho mais recente, "The Greatest" (2006), cujo repertório predominou no show. Começou com "Don't Explain", seguida de "The Greatest" e "I Lost Someone".

A pegada blueseira do guitarrista Judah Bauer, ex-integrante do Jon Spencer Blues Explosion, e a bateria simples, pertencente à velha escola do rock and roll, de Jim White, do trio australiano Dirty Three, também ajudaram Marshall a se tornar mais desenvolta ao vivo. Quem gosta dos seus sucessos antigos pode ter sentido nostalgia daquele charme tosco de outrora e dos vocais menos desenvolvidos, típico dos primeiros trabalhos dela.

É a sua voz poderosa e rouca, e que em alguns momentos remete a Janis Joplin, que continua sendo a tônica diferencial da cantora. A apresentação, uma das mais aguardadas da noite, foi marcada por uma linearidade de performance de quem está tentando, de fato, "se manter na linha". Mas, de um lado para o outro no palco, a cantora ainda parecia abarcar uma fúria contida. Ainda bem.

Os riffs de guitarra de "Satisfaction", dos Rolling Stones, presente no disco "The Covers", animaram o público no início do show. Ao final da canção, ela deu um selinho no tecladista Greg Foreman, responsável pela execução competente dos sintetizadores e teclados.

Educada e charmosa, Chan Marshall cumprimentou a todos e agradeceu as palmas, assobios e gritos durante toda a apresentação, que durou cerca de 1h20min. Em "I've Been Loving you", saiu ovacionada, como uma grande diva do rock. Merecido.