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27/10/2007 - 07h45
Mudanças na programação e problemas no som atrapalham apresentação de Cibelle

GABRIELA BELÉM
Enviada especial ao Rio



As mudanças na programação do palco "Novas Divas" do Tim Festival e problemas no som atrapalharam a apresentação da cantora Cibelle, prevista para ser a segunda atração da noite nesta sexta-feira (26), na Marina da Glória, no Rio de Janeiro. A paulistana radicada em Londres desde 2001 foi a última a se apresentar, logo depois de Cat Power.

A troca foi um pedido da cantora norte-americana, que teria que pegar um vôo cedo no sábado para substituir Feist em São Paulo.

A maioria do público que às 3h45 estava no local saiu após Cibelle começar a tocar a primeira canção, "Green Grass", de Tom Waits, que faz parte do repertório do seu disco mais recente "The Shine of Dried Electric Leaves" (O Brilho Das Elétricas Folhas Secas), de 2006. Devido aos atrasos e espera pelo começo do show, a cantora afirmou que "quem espera cinco anos, espera cinco minutos", referindo-se a sua demora em se apresentar no Brasil.

Mas a platéia já estava impaciente, e, já na terceira música, "Instante Dez", o local estava praticamente vazio.

Cibelle transita pela música eletrônica, pelo pop e pelo neofolk. Suas raízes neo-hippie também são facilmente identificadas ao vivo, dado o estilo de suas roupas e imagens projetadas no telão que acompanha o seu show. Outra característica marcante da música de Cibelle é a delicadeza e, ao mesmo tempo, força comovente dos seus timbres vocais. Sua voz lembra Gal Costa no início da carreira. Cantadas em francês, inglês e português, suas músicas falam muito do sol, dos amigos e de pequenas alegrias que as coisas simples da vida lhe proporcionam.

A cantora faz música alternativa e experimental, cheia de personalidade. Uma curiosidade na banda que acompanha Cibelle é a formação. Não há baixo, apenas bateria. No total, ela e mais dois guitarristas conseguem produzir, com efeitos de pedais e tocando na guitarra os acordes do baixo, arranjos brilhantes.

O momento alto do show foi quando a cantora ofereceu "Minha Neguinha" a sua "super amiga" Vanessa da Mata, que estava sentada nas arquibancadas. Seguida de "London London", de Caetano Veloso, a apresentação ainda teve "Gracefully", "Carnaval", "Por Toda" e fechou, ironicamente, com "Esplendor". Talvez ela o tivesse alcançado se tivesse tocado antes da atração mais aguardada da noite.