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Museu dedicado aos Beatles em Buenos Aires reúne mais de 2.200 objetos

Os integrantes dos Beatles Ringo Starr, George Harrison, John Lennon e Paul McCartney - EFE
Os integrantes dos Beatles Ringo Starr, George Harrison, John Lennon e Paul McCartney Imagem: EFE

ALMUDENA CALATRAVA

Da Associated Press, em Buenos Aires

17/01/2011 12h42

Um tijolo do Cavern Club, um cheque no valor de 11 libras assinado por Ringo Starr, uma "autência" peruca dos Beatles. Esses e milhares de outros objetos ligados ao quarteto de Liverpool estão atraindo fãs dos Beatles a um museu que acaba de ser aberto em Buenos Aires.

O museu é produto da obsessão do colecionador Rodolfo Vazquez, um contador de 53 anos que virou fã da banda aos 10 anos de idade, quando ganhou o disco "Rubber Soul". Com a música "In my Life", me apaixonei pelos Beatles, disse Vazquez à Associated Press.

Vazquez adquiriu todos os objetos que encontrou em Buenos Aires ligados à história da banda de rock, uma obsessão que cresceu a ponto de a coleção ser incluída no livro Guinness dos Recordes em 2001 como a maior do mundo dedicada ao grupo.

Naquele momento, os representantes do livro contaram 5.612 itens na casa do colecionador em Buenos Aires. Desde então, seu tesouro aumentou para mais de 8.500 objetos, que incluem discos, brinquedos, bonecos e jogos. Mais de 2.200 dos itens estão em exposição no Museu Beatles, inaugurado neste mês na Avenida Corrientes, na capital argentina.

Existem museus dos Beatles em Liverpool, na Inglaterra, e Hamburgo, na Alemanha, que exibem memorabilia da banda ao lado de objetos que pertenceram aos integrantes do quarteto. Há também coleções particulares --Julian Lennon possui diversos objetos que retratam um lado mais pessoal dos músicos. A coleção foi publicada no livro "Beatles Memorabilia: A coleção de Julian Lennon" e inclui desenhos que seu pai, John Lennon, enviava para o filho durante as turnês da banda.

Mas este museu argentino se destaca por sua grande quantidade de objetos, cuidadosamente exibidos. Há objetos para todos os gostos: Uma caixa de preservativos com o nome de John Lennon e Yoko Onno, uma peruca que se ajusta a qualquer tamanho de cabeça e fotos autografadas pelos quatro músicos.

"A ideia é mostrar a coleção permanentemente. Em um ano, gostaria de mudar os itens em exposição por outros de minha coleção", disse Vazquez. Caso contrário, tudo ficaria fechado em caixas sem que as pessoas pudessem aproveitar.

Vazquez segue acumulando objetos, seja comprando ou fazendo trocas com outros colecionadores ao redor do mundo.

"Encontrei muitos fãs na Grã-Bretanha e na Espanha. Recebi pelo correio itens do Japão, Grã-Bretanha e Brasil, e sigo colecionando", declarou.

Os Beatles nunca tocaram na Argentina, mas bandas cover se apresentam regularmente. Muitas delas tocam no "The Cavern Club" de Vazquez, um bar próximo ao museu que leva o nome do clube de Liverpool onde a banda começou.

Anualmente, Vazquez organiza uma "Semana Beatles", na qual bandas cover da América Latina competem para ver quem são os melhores imitadores do grupo. Os vencedores participam de um festival em Liverpool.

Vazquez diz não saber o valor de sua coleção, que inclui também capas de discos, autógrafos, brinquedos, programas de shows, copos e pratos com a imagem dos Beatles.

O colecionador disse que tem predileção por 64 caixas de goma de mascar que reproduzem as artes dos discos da banda. Vazquez tem ainda cópias autenticadas das certidões de nascimento dos músicos.

Um mostruário exibe um tijolo --um dos cerca dos 5.000 tirados da demolição do Cavern Club original, em 1983.

Há um pedaço do palco do Star Club, de Hamburgo, onde a banda se apresentou no começo da carreira, ainda com Pete Best na bateria. Um par de baquetas assinado por Best está em exibição no museu.

Cerca de 2.000 mil pessoas visitaram o museu desde sua inauguração, em 3 de janeiro.

"Esse museu está me matando", disse Facundo Gonzalez, um visitante argentino. "Quero roubar tudo e gritar como uma garotinha. Estou muito excitado."

O brasileiro Dalton Araujo disse que viajou à Argentina especialmente para visitar o museu.

Poder mostrar sua coleção aos fãs é algo que dá muta satisfação a Vazquez, mas ele diz que há uma coisa que ainda não conseguiu fazer: conhecer os beatles ainda vivos.

"O que me falta é apertar as mãos de Paul McCartney e Ringo Starr, abraçá-los e trocar algumas palavras", disse o argentino.

"Isso me deixaria completo e faria de mim o colecionador mais feliz do mundo."