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A dois dias do Oscar, "Elle" e Isabelle Huppert vencem prêmio César

De Paris (França)

25/02/2017 02h13

"Elle", do holandês Paul Verhoeven, ganhou nesta sexta-feira (24) o César de melhor filme, e Isabelle Huppert, que interpreta a protagonista, o de melhor atriz, um grande respaldo a dois dias da premiação do Oscar, no qual a francesa concorre nessa mesma categoria.

O suspense subversivo de Verhoeven já tinha levado dois Globos de Ouro o de melhor filme estrangeiro e o de melhor atriz para Huppert.

Primeiro longa da diretora Houda Benyamina, "Divinas" valeu o César de melhor atriz coadjuvante a Déborah Lukumuena.

Gaspard Ulliel recebeu o César de melhor ator por seu papel em "É apenas o fim do mundo", do canadense Xavier Dolan, que levou o prêmio de melhor diretor. Já a estatueta de melhor ator coadjuvante ficou James Thierrée, por "Chocolat".

Palma de Ouro em Cannes no ano passado e Bafta 2017 de melhor filme britânico, "Eu, Daniel Blake", do diretor britânico Ken Loach, recebeu o César de melhor filme estrangeiro.

"Como cineasta, temos o poder de mostrar as coisas como são e sugerir como poderiam ser", aponta o diretor britânico, de 80 anos, em uma mensagem lida durante a cerimônia do Oscar francês.

Sem perder uma chance de manifestar seu compromisso político, Loach enviou uma advertência amistosa mas explícita aos franceses sobre as eleições presidenciais de abril.

"A extrema direita tem sucesso, quando as pessoas se sentem desesperadas. Nós temos de lhes dar esperanças. A esperança está no espírito de resistência, no sentido de justiça social e da solidariedade. Agora, cabe a vocês, franceses, decidir. Nós, que somos seus amigos há tantos anos, esperamos que, na próxima eleição, possam rejeitar a amargura da direita e votar a favor do espaço que abre a esquerda", comentou.

Outro momento político veio com um novo ataque de uma celebridade ao presidente Donald Trump. Desta vez, pela voz do ator, produtor e diretor George Clooney, que recebeu um César honorário.

"Nos consideramos os defensores da liberdade, mas não podemos defender a liberdade no exterior, se nos esquecemos dela em casa", declarou.