Conversa com Bial se apresenta como uma rara porta para a literatura na televisão
A morte de Carlos Drummond de Andrade, para muitos o maior poeta da história do Brasil, completou 30 anos ontem. Para marcar a data, o Conversa com Bial convidou amigos do escritor para um papo. Estiveram por lá Affonso Romano de Sant'Anna, também poeta, Humberto Werneck, jornalista, cronista e biógrafo de Drummond, Edmílson Caminha, autor de livros sobre o homenageado, e Leda Nagle, jornalista que conseguiu entrevistar o mineiro – uma raridade. O programa também foi pontuado por artistas como Caetano Veloso e Fernanda Torres declamando poemas do autor de "Sentimento do Mundo" e "A Rosa do Povo".
Nesta semana, o Conversa com Bial já tinha colocado a literatura em pauta com a participação de Pilar Del Río e Paloma Amado, respectivamente viúva de José Saramago e filha de Jorge Amado, além de responsáveis pelos acervos deixados pelos escritores, que falaram sobre a amizade entre o autor baiano e o Nobel português – há pouco a Companhia das Letras lançou "Com o Mar por Meio", que reúne cartas trocadas entre os dois. Há cerca de dez dias, quem estava na bancada era o moçambicano Mia Couto, autor de "O Último Voo do Flamingo" e um dos escritores de língua portuguesa mais importantes da atualidade. Sim, como é possível perceber, Conversa com Bial tem se mostrado uma rara opção para a literatura na televisão aberta brasileira.
Em um levantamento rápido, ao longo desses quase 4 meses meses de programa já passaram por lá Ricardo Lísias, Ana Miranda, Jojo Moyes, Ricardo Araújo Pereira e Ruy Castro (em papo sobre alcoolismo, é verdade) – é provável que um escritor ou outro tenha me escapado. Livros também pautaram a conversa com nomes que não estão diretamente ligados à literatura, mas que se destacam ou se destacaram recentemente por conta de seus escritos: Caco Barcellos, Rita Lee, Drauzio Varella, Miriam Leitão… Além disso, em junho, Ariano Suassuna recebeu uma homenagem semelhante à feita para Drummond. E ainda faz parte do programa, como uma espécie de comentarista, o ótimo Sérgio Rodrigues, autor de "O Drible" e "Viva a Língua Brasileira".
Para um ou outro pode não parecer grande coisa ("na Argentina o Piglia dava aulas sobre Borges na TV", dirão), mas é ótimo ver um programa dando espaço para a literatura em nossa televisão – justamente como Jô Soares, a quem Bial substituiu, fez durante um bom tempo, aliás.
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