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Acusado de abuso há anos, Woody Allen se diz "triste" por Harvey Weinstein

O diretor de cinema Woody Allen com o produtor Harvey Weinstein na pré-estreia de "Vicky Cristina Barcelona", em 2008 - Kevin Winter/Getty Images
O diretor de cinema Woody Allen com o produtor Harvey Weinstein na pré-estreia de "Vicky Cristina Barcelona", em 2008 Imagem: Kevin Winter/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

15/10/2017 10h56

Woody Allen falou pela primeira vez sobre o escândalo sexual envolvendo o produtor Harvey Weinstein que escandaliza Hollywood há dez dias. O cineasta mundialmente reconhecido se disse "triste" pelo ex-chefão das produtoras The Weistein Company e Miramax e avaliou que o que está acontecendo neste momento na indústria é uma "caça às bruxas".

"Não é interessante que o caso crie uma atmosfera de caça às bruxas, onde qualquer cara em um escritório que dê uma piscadinha para uma mulher de repente estará condenado a chamar um advogado para se defender. Isso também não é certo. Mas, com certeza, esperamos que o que aconteceu possa ser transformado em benefício para as pessoas, em vez de apenas uma situação triste ou trágica", explicou o cineasta de 81 anos e vencedor de 4 Oscars à BBC.

Vale lembrar que há 25 anos o próprio Woody Allen é acusado pela sua ex-mulher, Mia Farrow, de ter abusado sexualmente da filha adotiva deles, Dylan, quando a menina tinha apenas 7 anos. A própria vítima confirmou o relato da mãe quando, em 2014, publicou uma carta aberta no New York Times, o mesmo jornal que revelou as primeiras acusações de assédio contra Weinstein.

A segunda reportagem sobre o caso Harvey Weinstein foi publicada pelo jornalista e ativista de direitos humanos Ronan Farrow, filho biológico de Woody Allen com Mia Farrow. O relato que saiu na revista New Yorker na última terça trouxe as primeiras acusações mais graves, de estupro, e desencandeou ainda mais denúncias de atrizes, modelos e assistentes contra o produtor de cinema, que seguem aparecendo a cada dia.

Woody Allen ainda afirmou às BBC que desconhecia a fama de abusador de Weinstein, apesar de ter trabalhado com o produtor em alguns filmes, como "Celebridades", de 1998. "Todo o caso Harvey Weinstein é muito triste para todos os envolvidos. Trágico para as mulheres, triste para Harvey, que teve sua vida totalmente desestabilizada. Não há ganhadores, é simplesmente muito triste e trágico para aquelas pobres mulheres que tiveram de passar por isso", resumiu Woody Allen demonstrando também seu apoio às vítimas.