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Por que esperar pela estreia de "Get Out" no Brasil, terror sucesso nos EUA

O ator Daniel Kaluuya em cena do filme "Get Out" - Divulgação
O ator Daniel Kaluuya em cena do filme "Get Out"
Imagem: Divulgação

James Cimino

Colaboração para o UOL, em Los Angeles

25/03/2017 04h00

Há um terror/suspense em cartaz nos Estados Unidos que está fazendo bonito nas bilheterias. "Get Out", ainda sem título no Brasil, deve estrear só em 15 de julho. Mas o que esse filme independente tem de tão cativante? A reportagem do UOL assistiu e listou os motivos para te deixar ansioso pela chegada desta história aos cinemas.

Já nasce um clássico do suspense

Quem assistiu a "Os Invasores de Corpos" (1978) ou "O Bebê de Rosemary" (1968) vai encontrar em "Get Out" todos os elementos destes filmes que prendem a atenção e te fazem pular da cadeira. O filme mostra seu protagonista Chris (Daniel Kaluuyia) em um lugar isolado, cercado por pessoas muito bizarras e se sentindo entre totalmente indesejado e desejado demais. Já há quem, inclusive, defina "Get Out" como uma versão terror do clássico "Adivinhe Quem Vem para Jantar" (1967).

"Isso é muito 'Black Mirror'"

O filme tem sido classificado como "o terror da era Trump": fala de racismo, mas não apela ao clichê subúrbio e tráfico de drogas. Fala de escravidão sem usar chicote e corrente. Trata de apropriação cultural sem discutir uso de turbante. Chris, um fotógrafo bem-sucedido, é negro e vai ser apresentado à família da namorada branca. A expectativa de mero desconforto e choque cultural se transforma em uma ameaça à própria vida. Se contar mais, estraga. Fica a dica: todo mundo vai sair do cinema dizendo que esse filme "é muito 'Black Mirror'" --inclusive, o ator principal está na primeira temporada da série britânica.

"Get Out" - Divulgação - Divulgação
Daniel Kaluuya e Allison Williams: casal de "Get Out"
Imagem: Divulgação

É sucesso de público e crítica

Até a semana passada, "Get Out" era o quarto filme mais assistido nos Estados Unidos em 2017, deixando para trás blockbusters como "50 Tons Mais Escuros" e "Kong: a Ilha da Caveira", com uma bilheteria que ultrapassa os US$ 135 milhões. Um sucesso de público, portanto. Mas a crítica também está elogiando o excelente roteiro, a habilidosa direção e as ótimas interpretações. No site "Rotten Tomatoes", que compila resenhas de filmes lançados, "Get Out" tem 99% de aprovação da crítica e 89% de aprovação do público. No "Metacritic", a nota é 84 e no IMDB, 8,3.

Já levou um prêmio

"Get Out" foi escrito e dirigido por Jordan Peele, um comediante de stand-up que tem várias participações no programa "Mad TV" e na aclamada série "Fargo". O filme é sua estreia na direção e já lhe garantiu pelo menos um prêmio em 2017: o de diretor do ano na CinemaCon de Las Vegas. "Com o fenômeno 'Get Out', Jordan Peele se tornou instantaneamente uma força a ser reconhecida por seu enorme talento como diretor e produtor", disse Mitch Neuhauser, diretor da CinemaCon. Agora, os produtores do terror já começaram uma campanha de apresentação do filme aos membros da Academia de Hollywood. Quem sabe vem por aí uma indicação ao Oscar de melhor roteiro original.

Rendeu treta com Samuel L. Jackson

O ator Samuel L. Jackson, que nada tem a ver com o filme, criticou a escolha de um ator britânico para o papel principal em uma entrevista à rádio Hot 97 de Nova York. Segundo ele, o filme seria melhor se tivesse sido interpretado por um ator afro-americano, "que realmente passa por essas situações".  O ator Daniel Kaluuya respondeu às críticas: "Em geral, na minha vida, eu sempre fui considerado 'negro demais'. Aí chego nos Estados Unidos e acham que não sou negro o suficiente. Na Índia, sou negro. Na comunidade negra, sou retinto. Na América, sou britânico. Me ofende ter que provar que sou negro".

A melhor resposta a Jackson foi um tuíte do ator John Boyega, o Finn de "Star Wars: o Despertar da Força": "Negros britânicos versus afro-americanos: um conflito estúpido para o qual não temos tempo."

Trailer de "Get Out" (em inglês)

UOL Entretenimento