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Parte dos andaimes em torno da Edícula do Santo Sepulcro são retirados

26/02/2017 10h45

Jerusalém, 26 fev (EFE).- Grande parte dos andaimes que os britânicos colocaram em 1947 ao redor do túmulo de Jesus em Jerusalém, perante o temor de um colapso, foi retirado há poucos dias e o resto será removido amanhã, segunda-feira, após garantir a estrutura e os alicerces da Edícula do Santo Sepulcro.

"Retiramos 80% e ainda devemos remover mais alguma coisa", disse neste domingo a encarregada da restauração, Antonia Moropoulou, em conversa com a Agência Efe.

A retirada de andaimes afeta as laterais do sepulcro e foi possível depois que uma equipe técnica liderada por Moropoulou fixou no último ano todos os componentes e materiais de suas paredes, a fim de que estes não possam se soltar.

O reforço de pesadas vigas em seu exterior, como se fosse uma jaula, foi colocado para prevenir danos devido a tremores de terra e para acabar com a situação de abandono que trazia riscos para todo o recinto sagrado e onde a tradição considera que foi o local de repouso de Jesus durante três dias, até o milagre da ressureição.

Desde a época do Mandato Britânico, que terminou em 1948, as distintas correntes da Igreja na Terra Santa não chegaram a um consenso sobre a necessidade de realizar reparos no local, nem sobre como seria feita essa reforma e seu financiamento.

Um acordo permitiu iniciar os trabalhos no ano passado sob a direção da Universidade Técnica Nacional de Atenas, com Moropoulou à frente.

Entre os trabalhos realizados se destacam a abertura, limpeza e restauração da lápide de calcário que cobre o túmulo de Jesus, que, por sua vez, está coberta por outra que foi colocada há séculos para protegê-la.

Moropoulou ressaltou que "na segunda-feira, pela noite", será retirado o restante dos andaimes britânicos, o que, no entanto, não tornará o lugar mais acessível por enquanto.

A Edícula, assim como outras parte da Basílica em restauração, seguirá cercada com grandes tapumes e lonas até que todos os trabalhos da primeira fase sejam concluídos, o que deve acontecer antes da próxima Semana Santa, em abril.

Só então será possível apreciar o alcance da restauração deste emblemático símbolo da cristandade, que não passava por uma reforma profunda há séculos.

Nele foram substituídas partes danificadas, foram injetadas colas especiais em fendas, fissuras foram preenchidas e suportes reforçados, além da limpeza nas paredes externas que estavam escuras pela passagem dos séculos e pelas velas que os peregrinos acendiam junto a elas.

Hoje, por ser domingo, a equipe de restauradores não estava em seus postos de trabalho, mas ainda eram visíveis as divisórias e todas suas ferramentas.

Além da parte visível da Edícula, falta reforçar a parte subterrânea a seu redor, a fim de drenar a água e os resíduos acumulados nos alicerces.

Isso permitirá consolidar a base que sustenta toda a estrutura monumental.

Moropoulou apresentou o projeto de "estabilização dos alicerces" aos líderes da igreja na semana passada.