Ame ou odeie: três livros sobre Che Guevara que merecem ser lidos
Há 50 anos, no dia 9 de outubro de 1967, Che Guevara era assassinado por militares bolivianos orientados por norte-americanos nas montanhas de Sierra Maestra, na Bolívia. Desde então, muitos passaram a amá-lo, outros tantos a odiá-lo e uma maioria a idolatrá-lo ou achincalhá-lo sem, na verdade, ter conhecimento suficiente de sua vida para sustentar paixões ou rancores genuínos. Deixo aqui a dica de três livros que ajudam a entender a trajetória de Che e seu impacto na história:
"A Bíblia de Che", de Miguel Sanches Neto (Companhia das Letras): romance mais recente do autor paranaense, na história acompanhamos um professor universitário que é contratado para procurar por Curitiba uma suposta "Bíblia" que Che Guevara utilizara enquanto esteve na cidade disfarçado de padre. O texto, cuja parte final se passa pelas trilhas fúnebres de Sierra Maestra, convida o leitor a refletir sobre questões como revolução, ideologia, militância e renúncia em nossos dias. (Escrevi mais sobre ele aqui).
"OFENDI A DEUS E AOS HOMENS", DISSE LEONARDO DA VINCI; VEJA FRASES DE 7 FAMOSOS ANTES DA MORTE
"Caçando Che", de Mitch Weiss e Kevin Maures (Record): o livro-reportagem narra a perseguição ao argentino enquanto ele esteve embrenhado na mata boliviana. Sem conseguir driblar as questões ideológicas, algo que parece impossível quando o assunto é Guevara, a obra traz a perspectiva de como o ícone era encarado pelos norte-americanos, alguém que representava uma "ameaça catastrófica" para o Ocidente. Também já escrevi sobre ele:
LIVRO SOBRE ASSASSINATO DE CHE GUEVARA NÃO CONSEGUE FUGIR DE IDEOLOGISMOS
"De Moto Pela América do Sul", de Ernesto Guevara (Sá Editora): relato de viagem que o jovem Guevara fez pela América do Sul em 1952, antes de se transformar no mito "Che", na obra podemos entender como parte do pensamento do revolucionário se formou. Cruzar de moto o continente marcado pela miséria e pelas diferenças sociais foi essencial para que o médico abandonasse sua carreira para pegar em armas e lutar pelo que acreditava. O título foi transformado no filme "Diários de Motocicleta", de Walter Salles.
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