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Presidente da Lucasfilm propõe comissão contra assédio em Hollywood

A produtora Kathleen Kennedy, presidente da Lucasfilm, propôs criação de comissão contra o assédio - Alberto E. Rodriguez/Getty Images for Disney
A produtora Kathleen Kennedy, presidente da Lucasfilm, propôs criação de comissão contra o assédio Imagem: Alberto E. Rodriguez/Getty Images for Disney

Do UOL, em São Paulo

17/10/2017 10h10

Kathleen Kennedy é uma das mulheres mais poderosas de Hollywood: presidente da Lucasfilm, a produtora está por trás dos novos filmes da saga "Star Wars" e já foi indicada a oito Oscars. E, agora, ela propôs um novo projeto para a indústria cinematográfica: a criação de uma comissão especial contra o assédio sexual, à luz das revelações dos crimes cometidos pelo produtor Harvey Weisntein. 

Em um discurso no evento "Elle's Women in Hollywood", na última segunda-feira (16), a executiva afirmou que estúdios, sindicatos e agências de talento deveriam se unir e "imediatamente estabelecer uma comissão responsável pela tarefa de desenvolver novas barreiras contra o assédio sexual e o abuso".

"A comissão deve ser composta por especialistas em trabalho e práticas de gerenciamento, advogados e acadêmicos do direito, sociólogos, psicólogos, feministas, ativistas e teóricos, além das pessoas que trabalham no cinema e na televisão", continuou. "A comissão deve ser inteiramente financiada pela nossa indústria a fim de tratar desse assunto de uma forma meticulosa e abrangente. A meta desta comissão deve ser transformar a nossa indústria no que diz respeito a assédio sexual e abuso no ambiente de trabalho. Nós temos de tornar a indústria cinematográfica exemplar, um modelo de autorregulação que outros negócios possam imitar". 

Acrescentando que a indústria deveria ter agido “muito tempo atrás” e deve agir agora, Kennedy afirmou ainda que a solução contra o abuso passa por “políticas de tolerância-zero contra comportamentos abusivos e um sistema seguro e confiável pelo qual as vítimas podem relatar o que aconteceu com elas com a confiança de que medidas serão tomadas sem colocar os empregos, as reputações e as carreiras delas em risco”.

A executiva revelou que já pediu para a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, que anunciou no sábado a expulsão de Harvey Weinstein, dar os primeiros passos para a criação da comissão.

“As pessoas na nossa indústria sabem que nós temos que examinar e responder por nossa cumplicidade, hipocrisia e omissão nesse assunto, mas não podemos deixar este trabalho necessário nos impedir de fazer imediatamente o que temos que fazer para construir uma indústria melhor e mais segura. A hora para iniciar este trabalho é agora”.