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Contrato de Weinstein previa que ele não poderia ser demitido por assédio

O produtor Harvey Weinstein - Al Powers/Invision/AP
O produtor Harvey Weinstein Imagem: Al Powers/Invision/AP

Do UOL, em São Paulo

12/10/2017 22h55

Segundo o TMZ, o contrato de Harvey Weinstein com seu estúdio - o The Weinstein Company - tinha uma cláusula que impedia que o produtor fosse demitido por casos de assédio sexual.

O site americano teve acesso ao documento datado de 2015 que diz que se ele for processado por assédio sexual ou qualquer outra "falha de conduta" que resulte em um julgamento contra estúdio, tudo o que Weinstein teria de fazer é pagar para livrar a empresa, além de uma multa." O poderoso executivo de Hollywood foi demitido da própria empresa no domingo (8) após várias denúncias de assédio sexual e até mesmo estupro.

Ainda de acordo com os papéis, se Weinstein "tratasse alguém indevidamente em violação ao código de conduta da empresa", ele deveria reembolsar o estúdio por acordos ou julgamentos. Além disso, ele deveria pagar os seguintes valores de multa: US$ 250 mil para a primeira instância, US$ 500 mil para a segunda instância, US$ 750 mil para a terceira instância e $ 1 milhão para cada instância adicional".

O contrato também prevê que, contanto que Weinstein pague os valores determinados, ele estará acertado com a empresa pela falta de conduta e nenhuma outra ação poderia ser tomada. Traduzindo: mesmo que Weinstein fosse processado várias vezes, bastava liberar um cheque para manter seu emprego. O que provavelmente o documento de 2015 não previu é que tantas mulheres denunciassem o produtor ao mesmo tempo.

Uma fonte ligada ao The Weinstein Company disse ao TMZ que a empresa teria o direito de demití-lo se o executivo não tivesse notificado o conselho administrativo da empresa sobre possíveis acordos judiciais que teria feito com as mulheres. Mas parece que todos os acordos com vítimas foram feitos antes da assinatura deste último contrato, portanto a cláusula não se aplicaria.

A lista de atrizes que denunciaram assédios e abusos sexuais por parte do poderoso produtor de Hollywood incluem Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow, Mira Sorvino, Rosana Arquette, Cara Delevingne, Léa Seydoux, Emma de Caunes e Judith Godrèche. 

Além de ter sido demitido pela sua própria empresa, a mulher de Harvey, Georgina Chapman, anunciou o divórcio na terça-feira.