A iguana mais dócil do rock: Iggy Pop faz 70 anos e está cada dia mais fofo

Ícone máximo da porra-louquice roqueira, Iggy Pop elevou à enésima potência a tríade "sexo, drogas e rock and roll". Mas hoje, com 70 anos completados nesta sexta-feira (21), vamos ser sinceros: a coisa já não é mais assim.
A idade, obviamente, pesou, e as loucuras em cima do palco estão bem mais discretas. E é inegável que, com os novos meios de comunicação, passamos a conhecer um lado de Iggy que talvez tenha sempre existido, mas que pode ter passado batido no passado.
Antes fera dos Stooges, ele teria sempre sido --ou se transformado em-- um gatinho de colo? Não exatamente. Mas podemos dizer que o "iguana" se metamorfoseou em um novo homem.
Iggy Pop 7.0
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Pai de pássaro
Iggy Pop vive em uma bela casa de tons sóbrios e clássicos, onde tem um belo pássaro de estimação chamado Biggy. E a relação entre eles é a de mais puro amor. As cenas singelas de companheirismo dominam toda uma conta no Instagram. Iggy já cantou "Surfin' Bird", clássico do Trashmen, para o bicho, brincou de marionete, conversou, malhou, fez chamegos. Um verdadeiro paizão.
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É um doce com fãs
Poucas pessoas são tão carinhosas e atenciosas com os fã quanto Iggy Pop. Nem de longe ele lembra aquele rockstar petulante e de ego inflado, capaz de destratar qualquer desavisado que cruzar seu caminho. Com os anos, o vocalista tem ficado cada vez mais fofo. Além de ter o hábito de pedir para os fãs subirem ao palco em seus shows, o astro costuma peitar seguranças e fazer com que seus seguidores tenham total acesso para tietá-lo como quiserem.
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Garoto-propaganda
Nada menos punk do que se render ao capitalismo e às campanhas publicitárias, não? Bem, isso não é problema para o suave Iggy Pop da atualidade, que atuou em diversos comerciais nas últimas décadas. Ele já serviu, por exemplo, de garoto-propaganda para a fragrância da Paco Rabbane, para a marca de refrigerante Schweppes e até para uma seguradora britânica de carros, a Swiftcover. Nesse caso, o comercial foi banido da televisão, e a empresa, processada por propaganda enganosa. Bem, certas coisas não mudam.
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Jazz e bossa nova na playlist
Iggy Pop nunca deixou de ouvir rock visceral, mas ele dedica boa parte de seu tempo à bossa nova e ao jazz, estilo que tem vontade de gravar. Duvida? Ele mesmo contou ao UOL em 2005. "Adoro Julie London, Frank Sinatra. Adoro a Astrud Gilberto. Adoro aquele disco dela com o Stan Getz. Uma vez eu fui ver um show dela, no S.O.B. [clube de música brasileira em Nova York], e fiquei puto. Ela não cantou nenhuma música antiga. Só queria cantar músicas novas."
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Milita contra as drogas
O vocalista dos Stooges abusou de tudo quanto é substância nesta vida. Ainda defensor da maconha, ele é taxativo com relação a outras drogas ilegais. "Todo mundo deveria parar com essas porcarias", disse ele em uma entrevista durante o Festival de Cannes do ano passado, onde alertou sobre os perigos dos "psicotrópicos". "Eu usava ácido constantemente quando era mais novo. Em apenas cinco segundos eu deixava de estar extremamente agressivo para quase morrer de rir."
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Só quer sossego
Após gravar seu último álbum, o colaborativo "Post Pop Depression" (2016) produzido por Josh Homme (este na foto), do Queens of the Stone Age, ele indicou estar mais para "sombra e água fresca" do que para as loucuras de palco e estúdio, um sinal de que estaria cogitando a aposentadoria. "Sinto que estou encerrando depois disso. É minha intuição", disse ele em entrevista à rádio Beats 1. "Para fazer um álbum de verdade, você deve colocar tudo nele, e a [minha] energia está mais limitada agora."
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