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Sérgio Mendes celebra encontros em disco com Milton Nascimento e Will.i.am

14.jan.2013 - O músico Sergio Mendes em São Paulo - Marlene Bergamo/Folhapress
14.jan.2013 - O músico Sergio Mendes em São Paulo Imagem: Marlene Bergamo/Folhapress

Da AFP, em Paris

02/07/2014 12h48

Sérgio Mendes, estrela da música brasileira no cenário internacional desde sua famosa versão de "Mas Que Nada", de Jorge Ben Jor, declarou em entrevista à AFP que seu último álbum "Magic", que conta com convidados de gerações e estilos diferentes, consagra "a magia do encontro".

"Este disco é a magia do encontro entre músicos do Brasil, mas também de outros países", explica Sérgio Mendes, que fará uma turnê em julho pelos festivais de verão da Alemanha, Bélgica, França e Holanda. "Me encanta este tipo de trabalho e de aventura".

Em "Magic" (Okey/Sony Music), gravado entre Salvador, Rio de Janeiro e Los Angeles, onde vive atualmente o músico brasileiro, participaram grandes nomes da música nacional como Milton Nascimento e Carlinhos Brown, e também cantores da nova geração como Maria Gadu e Ana Carolina, e ainda intérpretes americanos de hip-hop, como Will.i.am. e John Legend.

Tendo sua carreira deslanchado no início dos anos 60, em plena onda da bossa nova, Sérgio Mendes alcançou a fama rapidamente. Seus talentos como pianista e compositor de arranjos despertaram o interesse de Tom Jobim. Seu domínio do jazz impressiona, e o saxofonista norte-americano Cannonball Adderley escolhe seu grupo, o "Rio Sextet", para gravar o álbum "Cannonball's Bossa Nova", em 1963.

Em 1966, Mendes alcançou sucesso internacional com o álbum "Sérgio Mendes & Brasil 66" principalmente com sua versão da música "Mas Que Nada", de Jorge Ben. Desde então, continuou a explorar a veia inesgotável de uma música cativante, que habilmente combina a cadência do samba, o groove do jazz, as harmonias vocais sutis da bossa nova e o refinamento do pop na Califórnia.

No entanto, por trás do famoso músico e do aspecto comercial de seus temas, às vezes beirando o "easy listening", há um artista talentoso, com uma grande espontaneidade. "Sou muito curioso, gosto de aprender, é por isso que eu falo francês de ouvido", diz Sergio Mendes. "Este álbum, eu fiz música por música. Foi muito espontâneo e a música é muito orgânica", acrescenta o artista com seu chapéu panamá.

Em "Magic" ele aborda diferentes estilos de música brasileira: ritmos baianos ou de Minas Gerais, o funk carioca, a bossa nova, samba canção, o marcharanço, samba de roda, sempre com a vontade de combiná-los com outros idiomas e adaptá-los para se adequar ao dia.

"A raiz da minha música é brasileira. No Brasil temos uma bela diversidade cultural e musical, entre a música da Bahia, do Rio de Janeiro, a música clássica, os ritmos vindos da África", destaca Sérgio Mendes. "Mas eu também gosto de rap", diz o artista, que gravou em 2006, junto uma nova geração de rappers norte-americanos, "Timeless".

Duas canções de "Magic", incluindo "Don't Say Goodbye", de inspiração na bossa nova e interpretada por Johnn Legend, lembram que Sérgio Mendes inspirou muito a Stevie Wonder, que escreveu seis músicas para ele nos anos 70.