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Com baterista do Mötley Crüe, Smashing Pumpkins tenta retomar som épico

Billy Corgan, vocalista do Smashing Pumpkins, em show nos EUA, em 2012 - Getty Images
Billy Corgan, vocalista do Smashing Pumpkins, em show nos EUA, em 2012 Imagem: Getty Images

De Nova York

10/12/2014 12h23

Billy Corgan poderia ficar limitado a seu trabalho dos anos 1990, quando fez muito sucesso com a banda Smashing Pumpkins e seu rock melancólico, mas ele insiste que deseja ainda mais.

Aos 47 anos, Corgan amadureceu como artista e agora tem interesses diversos, como espiritualidade oriental e a luta profissional, ao mesmo tempo que se recusa a virar um simples ato de nostalgia musical.

No álbum mais recente dos Smashing Pumpkins, "Monuments to an Elegy", Corgan tenta retomar o caminho de um som épico.

Líder, letrista e único membro fixo da banda, Corgan descreveu o álbum como o último volume de "Teargarden by Kaleidyscope", um álbum conceitual mais amplo, com canções inspiradas em cartas de tarô. O músico pretende lançar outro disco em 2015.

Apesar de durar pouco mais de 30 minutos, "Monuments to an Elegy" segue o estilo de Corgan, apaixonado pela justaposição de elementos de guitarra e música eletrônica --uma receita que alcançou o auge do sucesso com o álbum duplo de 1995 "Mellon Collie and Infinite Sadness".

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Capa de "Moments to an Elegy", novo álbum do Smashing Pumpkins
Imagem: Reprodução
"Monuments to an Elegy" começa com um som que remete aos Pumpkins dos anos 90. A primeira faixa, "Tiberius", tem um teclado que abre espaço para o som da guitarra, algo que poderia ter vindo dos dois primeiros discos da banda, os mais pesados "Gish" e "Siamese Dream".

"Being Beige", o primeiro single, começa com violão e depois chega a um som mais duro, enquanto Corgan lamenta: "I don't love you, for what it's worth / So if you're leaving, can you hurt?" (Eu não te amo, se serve para algo / Então se você está indo embora, pode machucar?).

Depois de "Run2me" e "Dorian", o álbum dá uma guinada significativa para um som mais eletrônico, com ecos de New Order.

No final, "Monuments to an Elegy" segue o caminho do rock pesado clássico em "Anti-Hero", que permite expor as virtudes do baterista surpresa do disco, Tommy Lee, do Mötley Crüe.

Ao ser questionado sobre como foi trabalhar com o astro do heavy metal e ex-marido da modelo Pamela Anderson, Corgan disse que Tommy Lee é "um grande baterista" e que "não há nada como sentar ao redor de uma piscina e escutar coisas que você não acredita que tenham acontecido ou que seriam fisicamente possíveis com outro ser humano".

Corgan deu a entender que o disco que lançará no próximo ano, "Day for Night", terá um som ainda mais pesado.


Projetos experimentais

Em uma pequena turnê para promover "Monuments to an Elegy", o Smashing Pumpkins fez a concessão de tocar alguns hits, como "Disarm".

Ao mesmo tempo, Corgan dedica seu tempo a projetos ainda mais experimentais.

Este ano, ele criou uma interpretação de oito horas do romance "Sidarta" (1922), de Hermann Hesse, inspirada em Buda. Depois apresentou a obra de maneira gratuita em uma casa de chá que criou no subúrbio de Chicago, sua cidade natal.

No sábado, estreou em Chicago um musical curto com o título "Pretty Persephone", sobre os Mistérios Eleusinos, o reservado ritual sagrado da Grécia antiga.

O músico espiritualista também fundou uma companhia de luta profissional, que organiza combates na região de Chicago, apesar de não ter mais envolvimento com as lutas.