Led Zeppelin volta aos tribunais por suposto plágio em "Stairway to Heaven"
Jimmy Page e Robert Plant, guitarrista e vocalista do lendário grupo de rock inglês Led Zeppelin, defenderão a partir desta terça-feira (14) sua mítica canção "Stairway to Heaven" diante de um tribunal em Los Angeles após serem acusados de plágio.
Spirit, um psicodélico grupo de Los Angeles que recebeu elogios dos críticos, mas jamais conseguiu a fama internacional de Led Zeppelin, afirma que o emblemático solo de guitarra melancólico que começa a música é retirado do instrumental "Taurus", de 1968, três anos antes da canção em questão.
O guitarrista de Spirit, Randy Wolfe, cujo nome artístico é Randy Califórnia, nunca havia apresentado queixas antes de sua morte em 1997, no entanto, Michael Skidmore, que gerencia seu patrimônio, o fez.
"Se escutarem as canções, poderão fazer seu próprio julgamento. É um verdadeiro... Diria que é um calote", declarou Randy Califórnia para uma revista pouco antes de morrer, segundo as afirmações apresentadas no processo.
"E os caras ganharam milhões de dólares com isso e jamais disseram "obrigado" ou "podemos pagá-los?". É um ponto um pouco doloroso para mim", acrescentou.
Após dois anos de procedimentos judiciais, um juiz federal decidiu que a canção não havia sido plagiada, mas considerou que havia material suficiente para um processo.
Gary Klausner destacou em maio que as duas partes se contradizem em um ponto-chave: o acesso que Led Zeppelin obteve a "Taurus" antes de gravar "Stairway to Heaven" em Londres entre dezembro de 1970 e janeiro de 1971.
Em sua primeira atuação nos Estados Unidos, em Denver no dia 26 de dezembro de 1968, Led Zeppelin abriu o show do Spirit.
Robert Plant, Jimmy Page e o pianista John Paul Jones -- membros do Led Zeppelin que estão vivos -- apresentaram diante do tribunal uma declaração em que afirmam nunca ter tido uma interação significativa com o Spirit ou escutado a música do grupo.
A canção de rock mais formidável
Plant e Page, que já deram depoimentos filmados, assistirão a audiência de terça-feira (14).
Os membros do Led Zeppelin afirmam que a introdução de "Stairway to Heaven" (uma sequência em lá menor) foi utilizada na música há séculos e que a denúncia desconsidera o resto da canção, que dura cerca de oito minutos.
O juiz retrucou afirmando que as duas canções apresentam outras similaridades, como a linha de baixo.
Michael Skidmore não especificou o valor de seu pedido de indenização. Especulações na imprensa musical mencionam desde um valor simbólico convertido em crédito ao reconhecer a contribuição musical na composição da balada mítica, a US$ 40 milhões.
O processo, realizado na Pensilvânia, afirma também que Led Zeppelin "tem uma longa história em matéria de utilizar composições de autores de blues e outros gêneros sem creditá-los".
Em apoio, o processo cita outras 16 canções da banda que foram objeto de litígio, muitas dando lugar a acordos mútuos compreendendo um crédito na composição e uma compensação financeira. Os sucessos "Whole Lotta Love" e "Babe I'm Gonna Leave You" complementam essa lista.
"Randy Califórnia merece um crédito de autoria como compositor de 'Stairway to Heaven' e o reconhecimento como autor da mais formidável canção de rock", insistiram os advogados de acusação.
O juiz rejeitou o argumento de Led Zeppelin segundo o qual os fatos haviam prescrito, explicando que uma nova versão remasterizada da música foi lançada em 2014.
Contudo, assinalou que Michael Skidmore somente teria direito a metade de todos os danos e prejuízos que poderiam resultar do processo, porque Randy Califórnia havia assinado um contrato doando 50% dos direitos de autoria a seu editor musical.
Esse processo é parte de uma série de litígios muito midiatizados por plágio na indústria musical.
A família de Marvin Gaye recebeu US$ 2 milhões no ano passado após a decisão de um jurado que considerou a canção "Blurred Lines", de Robin Thicke e Pharrell Williams um plágio da célebre música "Got to Give It Up".
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