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Bono lamenta morte de Mandela e diz: "eu fazia tudo que ele dizia"

25.mai.2002 - Bono Vox e Nelson Mandela posam para foto após encontro em Johannesburgo - AP
25.mai.2002 - Bono Vox e Nelson Mandela posam para foto após encontro em Johannesburgo Imagem: AP

06/12/2013 11h03

O vocalista da banda U2, Bono Vox, lamentou nesta sexta-feira (6) a morte do ex-presidente sul-africano Nelson Mandela e disse que quando era um jovem militante fazia tudo que o líder contra o apartheid dizia.  

"Como um militante qualquer, desde adolescente, fazia tudo que o Mandela me dizia para fazer", escreve Bono sobre Mandela.  

Há duas semanas, o U2 divulgou a íntegra da música e o clipe de "Ordinary Love", faixa inédita que fará parte da cinebiografia do ex-presidente: "Longa Caminhada Até a Liberdade".

Em um artigo publicado pela imprensa britânica, com o título "O homem que não podia chorar", o cantor lembra a grande influência que Mandiba teve em sua vida.  

"Sempre foi uma presença muito forte na minha vida, penso em 1979 quando nós, o U2, fizemos nosso primeiro show contra o racismo na África do Sul. Durante os anos nos tornamos amigos. Unimos a batalha contra o racismo junto com aquela contra a Aids e contra a pobreza e a fome. Sem os seus esforços, na década passada teríamos tido 9,7 milhões de doentes com Aids e 2,7 milhões de crianças mortos de fome a mais por ano", destacou Bono. O cantor falou da capacidade do líder sul-africano de conseguir, com sua simplicidade e garra, mudar o curso da história.  

Veja o clipe de "Ordinary Love", do U2

Uma vez, Mandela lhe contou que conseguiu uma doação de US$ 20 mil para sua Fundação da então primeira-ministra britânica Margaret Thatcher. "Perguntei: mas como conseguiu? E ele, sorridente, me respondeu: 'pedi. Nunca terá o que quer se não pedir'", disse Bono.  

O líder do U2 recordou quando soube que Mandela sofreu sérios danos aos olhos durante seu período na prisão quando trabalhou nas mineiras e o pó obstruiu seus canais lacrimais, o impedindo de chorar.  

"Para todos, a sua firmeza e o seu valor eram tão grandes que com certeza não podia lacrimejar em um momento de insegurança ou de dor. Mas a explicação era muito diferente. Depois, passou por uma intervenção cirúrgica em 1994 que resolveu o problema. A partir daquele dia voltou a chorar. E hoje nós também podemos fazer isso por ele", concluiu Bono.

O longa estreia no dia 29 de novembro e tem como protagonistas os atores Idris Elba e Naomie Harris.

Trailer de "Mandela: Long Walk to Freedom"