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COP 15 é conduzida 'por reprimidos de meia idade', diz líder do Radiohead

Thom Yorke durante show do Radiohead no Festival Latitude, em Henham Park (19/07/2009) - EFE
Thom Yorke durante show do Radiohead no Festival Latitude, em Henham Park (19/07/2009) Imagem: EFE

17/12/2009 19h53

No dia em que a maior parte dos ativistas das organizações não-governamentais foram obrigados a ficar de fora, o cantor Thom Yorke, líder do Radiohead, se passou por jornalista e “invadiu” a reunião da ONU sobre mudança climática em Copenhague.

Yorke afirmou à BBC Brasil que a decisão foi de última hora, para “manter a esperança” depois de ter ficado preocupado com o andamento das negociações, que atravessavam “uma grande nuvem espessa”.

“Isso me irrita porque os princípios básicos são princípios básicos. É um monte de homens reprimidos de meia idade, que enxergam através das suas próprias esferas de interesses particulares, e não veem o processo como um todo”, disse o músico britânico.

Conhecido por seu interesse em assuntos ambientais – Yorke foi editor convidado de uma edição especial sobre mudança climática da revista do jornal britânico The Observer –, o cantor criticou a atuação da delegação americana.

“Realmente fiquei irritado com a forma que o governo americano tentou ontem (quarta-feira) reduzir as propostas sobre a mesa. Achei isso absurdamente imprestável.”

O cantor afirmou estar preocupado com o afastamento das ONGs da reunião de Copenhague. Nesta quinta-feira, em uma decisão muito criticada pelos ambientalistas, a organização da reunião autorizou apenas poucos representantes das principais organizações entrarem no Bella Center.

“Fica muito fácil fazer um trabalho de marketing verde com elas do lado de fora.”

Apesar de tudo, Yorke disse estar otimista sobre um acordo na reunião. “Eles podem pelo menos fazer o básico”, disse.

Antes de se despedir, com seus cabelos desgrenhados e calça vermelha, Yorke brincou: “Vamos ver quanto tempo vai durar até eles me descobrirem...”