Rodríguez, o "Bob Dylan esquecido", é redescoberto com shows e documentário
Ele já foi comparado a Bob Dylan e multidões chegam à beira das lágrimas em seus shows.
Mas Sixto Diaz Rodriguez – ou apenas Rodriguez, como é conhecido – tem uma trajetória que o distingue de muitos outros.
Aos 70 anos de idade e há 40 afastado da música, o cantor e compositor está sendo redescoberto, após ter sido tema de um documentário e de ter retomado uma rotina de shows.
O início de carreira de Rodriguez parecia promissor. Ele assinou com uma grande gravadora em 1966 e lançou dois discos, "Cold Fact" (1970) e "Coming from Reality" (1971).
Pouco após o lançamento dos dois álbuns, Rodríguez foi dispensado por seu selo e não encontrou mais trabalho no meio musical.
Por conta disso, o artista, filho de pais mexicanos e de uma família operária, retomou atividades que havia exercido antes da música.
Ele foi trabalhar como operário de construções e realizando demolições em casas e edifícios na cidade em que nasceu e sempre viveu, Detroit, no Estado americano do Michigan.
Por um acaso, as canções de Rodriguez chegaram à África do Sul, onde ele ganhou uma popularidade comparável à dos Rolling Stones.
Versões piratas de seus discos começaram a circular no país, que ainda vivia sob o regime segregacionista do apartheid. As letras politizadas de Rodriguez transformam-no em ídolo.
Não à toa, coube a fãs sul-africanos a redescoberta do artista. Após anos vivendo na obscuridade, ele foi trazido ao país para um turnê, em 1998, onde tocou para ginásios lotados.
Agora, após o lançamento do documentário "Searching for Sugar Man", Rodriguez vem fazendo o circuito de festivais de cinema, se exibiu no programa "Late Show", de David Letterman, e tem se apresentado em diferentes cidades americanas.