Conheça a cantora portuguesa que foi impedida de vender o próprio disco
Muitas vezes chamada de fadista, a cantora e violonista Lula Pena vai muito além do tradicional gênero português.
Em suas canções, cuja interpretação jamais repete, Lula mistura poemas a trechos de músicas que permeiam sua memória, e usa como base a canção francesa, a MPB e o flamenco, entre outros gêneros.
"Limito-me a integrar as referências", explica ela, modesta, em entrevista à BBC Brasil. "Não é uma escolha muito consciente, não há um plano, uma direção muito concreta".
Esta criativa colcha de retalhos rendeu a Lula elogios mundo afora, mas um problema.
Seu mais recente disco, "Troubadour" (Mbari Música, 2010), está esgotado, e uma nova edição é impossível, segundo o selo Mbari, já que um (e apenas um) dos autores de um poema incluído no disco queria a alteração dos encartes e a publicação do poema completo - o que tornaria o processo inacessível financeiramente para um artista independente.
O licenciamento musical é uma autorização dada pelo titular dos direitos de um fonograma para utilização deste para um determinado propósito.
Escolhido um dos discos de World Music de 2010 pela respeitada revista PopMatters, e elogiado pela portuguesa Blitz e pela Time Out, "Troubadour" reúne, por exemplo, "O Fado de Cada Um", parte do repertório de Amália Rodrigues, "Partido Alto", de Chico Buarque, e "Nature Boy", de Eden Ahbez’s.
Mas Lula já prepara um novo álbum, "para logo", diz.
Na apresentação para a BBC, chamada "Acto III", Lula pena combina um trecho do "Romanceiro Gitano", de Garcia Lorca, com o trecho de uma composição do argentino Atahualpa Yupanqui, "Pero a Mí Nunca Jamás", além de um fragmento do clássico fado "Estranha Forma de Vida", letra de Amália Rodrigues, em música de Lula Pena.
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