"Escapei porque não tinha ingresso", diz brasileiro sobre tiroteio nos EUA
O curitibano Nicholas Micaloski, de 24 anos, passou por momentos de tensão durante suas férias em Las Vegas, nos Estados Unidos.
Ele estava perto do local em que, por volta de 22h de domingo (hora local), um homem abriu fogo contra uma multidão que assistia a um festival de música country, deixando pelo menos 50 mortos e outros 200 feridos, muitos deles com gravidade.
O homem foi identificado como Stephen Paddock, de 64 anos e, segundo a polícia, teria agido sozinho. Ele disparou de um quarto no 32º andar do hotel Mandala Bay, que Micaloski havia visitado minutos antes.
Paddock seria morador de Las Vegas e não teria passagens pelas Forças Armadas. Episódios similares já foram protagonizados por ex-militares.
"Estava a 20 minutos a pé do Mandala Bay quando soube o que havia acontecido. Naquele momento, ainda havia relatos de que outros homens armados também poderiam estar à solta. Vi policiais fortemente armados entrando no hotel perto de onde estava e corri para um local seguro", contou ele, por telefone, à BBC Brasil.
Em meio a policiais e paramédicos, Micaloski diz ter se refugiado atrás de um muro de proteção na rua por cerca de meia hora.
Ao redor dele, também buscaram abrigos outros turistas e moradores da cidade.
"As pessoas corriam e choravam. Todo mundo estava em pânico, pois ninguém sabia o que estava acontecendo. Ficamos todos deitados, alguns atrás de latas de lixo. Senti-me como em um daqueles filmes de ação de Hollywood", relatou.
"Fiquei com medo, mas havia muitos policiais. E, rapidamente, eles passaram a nos dar instruções de como sair dali. Caminhei de volta a meu hotel e agora estou seguro".
Ingressos esgotados
Na última quarta-feira, Micaloski tentou comprar ingressos para o festival, mas não conseguiu.
"Estava tudo esgotado. Tive sorte. Só escapei porque não consegui ingresso. Poderia ser uma das vítimas", diz ele, que viajou a Las Vegas sozinho.
"Nunca pensei que veria Las Vegas tão triste como hoje", completa.
Em sua segunda passagem pela cidade, e com o retorno ao Brasil programado para o próximo domingo (8), Micaloski não planeja mudar seus planos.
"Já paguei por tudo. Estou menos apreensivo, pois tem muita polícia na rua", concluiu.
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