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Casa natal de Mozart finaliza reformas e reabre com nova exposição

Elizabeth Mortimer

17/01/2011 18h29

Getreidegasse nº 9 é o endereço mais famoso da cidade austríaca de Salzburg. Depois de passar por amplos trabalhos de reformas desde 2007, a casa onde nasceu o compositor Wolfgang Amadeus Mozart agora recebe os fãs da música clássica com uma nova exposição permanente, intitulada "Mozart: mito e reverência".

Thomas Wizany, o arquiteto responsável pelas reformas, diz que fez questão de manter a aura histórica do edifício, ao mesmo tempo equipando a casa com formas de apresentação modernas, seguras e esteticamente refinadas para os valiosos documentos e objetos.
 
"Isso é o aspecto fascinante deste trabalho", disse Wizany à Deutsche Welle. "Você sente que esta casa possui uma alma. Meu desafio era manter a casa como ela era desde aquela época, como ela se apresenta, e decorá-la de uma forma atemporal", comentou.
 
O recorde de visitantes do museu em um único dia foi atingido em 2006, ano do 250º aniversário de nascimento de Mozart, quando a casa recebeu mais de quatro mil visitantes. Uma procura tão grande é um desafio para a maioria dos museus, especialmente para um edifício como o da Getreidegasse 9, que data do século 15. Isso era algo que Wizany teve que ter em mente quando realizou seu projeto. 
 
Documentando a vida de um mito
Mozart nasceu às 8 horas do dia 27 de janeiro de 1791, no terceiro andar da casa, que está localizada no coração do antigo centro de Salzburg. A nova exposição destaca os anos em que ele passou em Viena, que considerava "o melhor lugar do mundo" para a sua profissão. Ele se mudou 13 vezes durante os dez anos em que lá viveu e, embora tivesse uma renda considerável, também acumulou enormes dívidas.
 
Uma planta do apartamento na rua Rauheinsteingasse, também em Viena, onde Mozart viveu até sua morte, mostra uma sala especialmente dedicada ao jogo de bilhar. Muitos dos objetos, documentos e fotos em exposição foram doados para a Fundação Mozarteum Internacional pelos filhos de Mozart.
 
"Noventa e nove por cento dos visitantes em nossa casa não sabem que Mozart teve filhos, e aqui temos fotos dos dois filhos", lembrou Gabriele Ramsauer, diretora dos museus e arquivos. "Eles doaram muitas peças de propriedade de seu pai para a Fundação Mozarteum Internacional – entre eles, o piano original, um dos principais objetos dos nossos museus".
 
Uma das pinturas expostas é um retrato idealizado dos últimos momentos de Mozart. Ela mostra a partitura de "Requiem" sobre seus joelhos, a esposa, Constanze, ajoelhada a seus pés e a cunhada Sophie Haibel do outro lado. Ao fundo, amigos ensaiam seu inacabado "Requiem".
 
De fato, Mozart faleceu na presença de Constanze e Sophie, e também de seu médico, Thomas Closset. O médico que realizou a autópsia acusou uma "temperatura febril" como a causa da morte, um diagnóstico comum naqueles dias. Pouco antes de morrer, Mozart teria conversado com seu discípulo Franz Xaver Süssmayr sobre a finalização do "Requiem".
 
Em contraste com os objetos antigos, o terceiro andar da casa de nascimento do compositor abriga uma sala intitulada "Mozart Online". Ela é equipada com quatro computadores, através dos quais os visitantes podem acessar os manuscritos de Mozart, ouvir sua música e se informar sobre as recentes descobertas sobre a vida do compositor.
 
O museu na casa natal de Mozart em Salzburg está aberto diariamente, das 9h às 17h30, de julho a agosto.
 
Revisão: Rodrigo Rimon