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Integrante do Pussy Riot rejeitou defesa por ter sido pressionada, dizem ex-advogados

Yekaterina Samutsevich, da banda Pussy Riot (1/10/2012) - REUTERS/Maxim Shemetov
Yekaterina Samutsevich, da banda Pussy Riot (1/10/2012) Imagem: REUTERS/Maxim Shemetov

Do UOL, em São Paulo

01/10/2012 15h44

Yekaterina Samutsevich, uma das três integrantes do grupo punk Pussy Riot que se encontra presa, rejeitou seus advogados de defesa após ser pressionada pelas autoridades, assinalaram nesta segunda-feira dois de seus três ex-advogados.

Depois de Yekaterina ter rejeitado a defesa de seus três advogados atuais, o Tribunal Municipal de Moscou adiou para o dia 10 de outubro a audiência do recurso contra a condenação das três meninas, que foram sentenciadas por "vandalismo motivado por ódio religioso".

"Quero recusar todos os serviços da minha advogada Violeta Volkova e, em consequência, dos meus outros dois advogados, dado que minha postura a respeito do caso não coincide com a deles", afirmou Yekaterina perante o tribunal. No entanto, a jovem não esclareceu as diferenças que levaram ela tomar essa decisão.

Os outros dois advogados que defendiam a ativista, Nikolai Polozov e Mark Feiguin, os quais também representam os interesses de Nadezhda Tolokonnikova e María Aliojina, declararam à imprensa russa que Yekaterina, assim como suas companheiras, foi pressionada inúmeras vezes pelas autoridades para que mudasse sua postura.

"Eles enviaram funcionários e ameaçaram tomar seus filhos, atuando através de parentes e amigos. Tentaram mudar sua postura, que assegurava que as meninas não haviam cometido nenhum crime", disse Polozov.

Feiguín, por sua vez, afirmou que no caso de Yekaterina "seu contexto e seu entorno tiveram um papel negativo para esta mudança de postura".

Polozov assegurou que o pai de Yekaterina se mostrou contrário à decisão de sua filha de rejeitar seus advogados e tentou se comunicar com ela na audiência de hoje através de uma nota encaminhada por seus defensores.

Enquanto a audiência era realizada, partidários e detratores do grupo punk Pussy Riot se concentravam do lado de fora do tribunal. Os religiosos, alguns deles de joelhos, recitavam orações e cantavam salmos em frente ao tribunal, enquanto os simpatizantes do grupo feminista cantaram algumas de suas músicas ao saber do adiamento da audiência.

Na retomada da audiência, a defesa de Nadezhda e María solicitará que a corte reconheça "que essa sentença é ilegal e sem fundamentos jurídicos". Ao considerar que o protesto, realizado na Catedral de Cristo Salvador de Moscou contra a cúpula eclesiástica e o presidente russo, Vladimir Putin, não é um ato criminoso, o processo ficaria sem efeito e seria suspenso.