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Ativistas são detidas em Moscou ao celebrar manifesto de Pussy Riot

As professoras Yelena Volkova e Irina Karatsuba são detidas em frente à Catedral de Cristo Salvador de Moscou - REUTERS/Anton Stekov
As professoras Yelena Volkova e Irina Karatsuba são detidas em frente à Catedral de Cristo Salvador de Moscou Imagem: REUTERS/Anton Stekov

21/02/2013 12h17

Duas mulheres encapuzadas foram detidas nesta quinta-feira (21) em frente à Catedral de Cristo Salvador de Moscou, mesmo local onde, há um ano, o grupo punk Pussy Riot realizou um manifesto contra o presidente da Rússia, Vladimir Putin.

"Duas pessoas com capuzes estavam em frente à catedral. Segundo dados preliminares, as mesmas tentavam organizar uma ação de protesto não autorizada", informou a Polícia às agências locais.

Irina Katsuba e Elena Volkova, duas ativistas e professoras universitárias, foram detidas por “alterar a ordem pública”.

"Nós colocamos os capuzes e tentamos depositar flores no altar. Posteriormente, tiraram nossos capuzes de maneira muito agressiva e, quando lançamos as flores sobre a cerca do altar, uma mulher se aproximou e nos arremessou as mesmas de volta em nossos pés", afirmou Yelena ao jornal "Nóvaya Gazeta".

Ao ser interrogada pela polícia, Katsuba afirmou: "Celebramos o aniversário de um acontecimento que mudou nosso país".

"Isto não mudou em nada a vida do país. Essa mudança ocorreu apenas em suas cabeças. Mas, isto nós curamos no Instituto Serbski", responderam os policiais em alusão a um conhecido hospital psiquiátrico de Moscou.

Segundo a imprensa local, após o incidente registrado, a Polícia isolou o principal templo ortodoxo do país para evitar novas ações em homenagem ao grupo punk Pussy Riot.

Oração Punk
No dia 21 de fevereiro de 2012, três jovens integrantes do grupo Pussy Riot, Nadejda Tolokonikova, Yekaterina Samutsevich e Maria Alekhina, subiram ao altar da catedral ortodoxa de Cristo Salvador em Moscou e cantaram uma oração punk na qual pediam à Virgem Maria que tirasse do poder o então primeiro-ministro e hoje presidente russo Vladimir Putin.

Em agosto de 2012, um tribunal de Moscou condenou as três mulheres a dois anos de internação em um campo por "hooliganismo motivado por ódio religioso".

Após um processo em apelação em outubro, Samutsevich foi libertada, mas o tribunal confirmou a condenação das outras duas integrantes do grupo.

* com informações da AFP