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Zizek e outros 29 intelectuais exigem libertação de integrantes do Pussy Riot

25.set.2013 - Nadezhda Tolokonnikova, integrante do Pussy Riot, em sua cela de isolamento no campo de trabalho para mulheres número 14 em Mordóvia, 600 km a leste de Moscou, onde cumpre uma pena de dois anos - ILYA SHABLINSKY/AFP
25.set.2013 - Nadezhda Tolokonnikova, integrante do Pussy Riot, em sua cela de isolamento no campo de trabalho para mulheres número 14 em Mordóvia, 600 km a leste de Moscou, onde cumpre uma pena de dois anos Imagem: ILYA SHABLINSKY/AFP

Da EFE, em Berlim

23/11/2013 09h20

O filósofo esloveno Slávoj Zizek e outros 29 intelectuais europeus exigiram à Rússia, através de uma carta aberta publicada neste sábado (23) pelo jornal alemão "Die Welt", a libertação das integrantes do grupo Pussy Riot Nadezha Tolokónnikova e María Aliójina.

Nadezha, que começou uma greve de fome em outubro para protestar contra sua situação, foi transferida, segundo a carta, para 4.000 quilômetros de distância de Moscou, à região siberiana de Krasnoyarsk (centro da Rússia).

De acordo com os signatários, é uma situação que não acontecia desde os tempos da extinta União Soviética, com a "perseguição de todos os dissidentes". Por isso, afirmam os intelectuais, a cantora se tornou "um símbolo de todos os reprimidos" pelo governo do presidente russo, Vladimir Putin, como os coletivos de homossexuais, os opositores e as ONGs.

O manifesto crítica ainda que, "diante dos cada vez mais frequentes ataques aos direitos humanos, a Europa permanece surpreendentemente calada".

Principal nome do movimento, Zizek se correspondeu com Nadezha enquanto ela estava na prisão. Em uma das cartas, a integrante do grupo criticou "a indulgência dos governos ocidentais diante da repressiva política de Vladimir Putin" e afirmou que "se veria como um gesto ético o boicote aos Jogos Olímpicos de Sochi" que acontecem em fevereiro de 2014 na cidade russa.

Por isso, o grupo de pensadores pede aos governos europeus que aumentem a pressão sobre o governo de Putin, para que "Nadezha Tolokónnikova e María Aliójina sejam libertadas sem demora".

"É hora de lembrar" à Rússia de que "é um membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas" e que "assinou os acordos internacionais de direitos humanos, que incluem o direito fundamental à liberdade" concluem.

Tolokónnikova e Aliójina cumprem pena de dois anos por "vandalismo motivado por ódio religioso" após encenar em fevereiro de 2012 uma "missa punk" no principal templo ortodoxo russo, enquanto a terceira detida, Yekaterina Samutsévich, está em liberdade condicional desde outubro do ano passado.