Rainha da Suécia boicota Chuck Berry por antigo caso de tráfico de menor
A rainha Sílvia da Suécia e sua filha mais nova, a princesa Madeleine, boicotaram a festa de gala de entrega dos prêmios Polar, considerado o "Nobel da música", em Estocolmo porque um dos agraciados, o roqueiro Chuck Berry, foi há cinco décadas condenado por tráfico de menores.
A própria rainha confirmou a informação, que já tinha sido dada pelo jornal "Expressen", de que sua ausência na cerimônia realizada nesta terça (26) no Konserthus de Estocolmo --e da qual Berry não participou por estar doente-- não ocorreu por problemas de agenda, como alegou a organização do evento, mas devido ao passado do músico.
"Simplesmente não senti que era capaz de aceitar isso", declarou hoje a rainha ao "Expressen" durante um ato público.
A rainha lembrou seu papel na Fundação World Childhood, a ONG criada e dirigida por ela, na qual também trabalha Madeleine, e que luta contra a exploração infantil, para justificar sua surpreendente ausência em um ato no qual esteve presente o rei, a princesa herdeira Victoria, seu marido e o de Madeleine. Sílvia disse que, até pouco tempo, não sabia da condenação de Berry e ressaltou que a "difícil" decisão foi tomada com o monarca.
"Não queria criar um problema, mas não podia aceitá-lo. Depois fui ao jantar para honrar o outro premiado. Espero que isto não tenha prejudicado o prêmio Polar", afirmou a rainha.
Berry foi condenado a três anos de prisão no final dos anos 50 por um episódio no qual foi acusado de querer prostituir uma menor que tinha recolhido no México, embora tenha garantido que queria apenas empregá-la como roupeira do clube que possuía em San Luis.
O músico americano ganhou o Polar deste ano junto a seu compatriota, o diretor de cena Peter Sellars.
O prêmio Polar, dotado com 1 milhão de coroas suecas (cerca de R$ 348.301) foi criado em 1989 por Stig Andersson, editor, compositor e representante do grupo Abba.
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