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Retorno triunfal de Adele confirmou reinado da música britânica em 2015

A cantora Adele em cena do clipe "Hello", do álbum "25" - Reprodução
A cantora Adele em cena do clipe "Hello", do álbum "25" Imagem: Reprodução

Rubén Serrano

De Londres, Inglaterra

09/12/2015 22h23

A música que marcou este ano será lembrada pelo sotaque britânico, devido ao triunfal retorno da cantora Adele, que bateu os recordes de vendas no mundo todo, e também por Sam Smith, Ed Sheeran e Ellie Goulding.

Todos eles ficaram à frente de estrelas consagradas como Justin Bieber, Madonna e Coldplay, que lançaram álbuns que não foram unanimidade nem entre o público nem pela crítica.

Após quatro anos de silêncio e de espera, o lançamento de seu terceiro disco transformou Adele na rainha da música: "25" já é o álbum que vendeu mais rápido na história do Reino Unido na primeira semana, e alcançou o astronômico número de 2,3 milhões de cópias em apenas três dias nos Estados Unidos.

"Hello" registrou 25 milhões de visualizações no YouTube em apenas 24 horas, virou disco de platina e entrou direto no número 1 da Billboard.

Seus emotivos temas sobre relações acabadas pouco se afastam do estilo do também inglês Sam Smith, a quem a crítica considerou o artista do ano, após o bem recebido álbum de estreia "In The Lonely Hour" ter vendido nove milhões de cópias no mundo todo este ano.

O artista soul, de apenas 23 anos, ganhou quatro Grammy, entre eles de Melhor Artista Revelação e Disco do Ano, arrebatando o prêmio da toda-poderosa Beyoncé, e pôs sua voz na trilha sonora do mais recente filme de James Bond, "007 Contra Spectre", o que o fez ser novamente comparado a Adele, que cantou a música tema de "007 - Operação Skyfall".

Outro retorno que ganhou toda a atenção foi o de Justin Bieber, imerso em sons mais urbanos e maduros, que deixou patente sua mudança em "Purpose", que também entrou no topo da Billboard.

Bieber se consagrou como um dos artistas de mais sucesso ao superar o One Direction e depois de seus singles "What Do You Mean?", "Sorry" e "Love Yourself" terem entrado ao mesmo tempo nos primeiros cinco postos das listas de mais vendidos, marco que só John Lennon tinha alcançado, em 1981.

Mas o que caracterizou 2015 musicalmente foi a constante presença de sons britânicos nas listas de reprodução de todo o planeta. Além de Adele e Sam Smith, outra das responsáveis por esta façanha é Ellie Goulding, que conquistou a primeira posição em 70 países graças a "Love Me Like You Do", canção tema da trilha sonora do filme "Cinquenta Tons de Cinza", que faz parte do seu álbum "Delirium" (2015). Seu ex-namorado, o cantor Ed Sheeran, também esteve ocupado com sua própria invasão mundial com a tour "X Tour": o ruivo se armou de seu violão e percorreu neste ano meses 27 países dos cinco continentes para cantar hits como "Thinking Out Loud".

A britânica Jess Glynne e o Years & Years, a quem todos apontam como artistas revelação de 2015, se destacaram na cena do pop eletrônico.

Jess, que ficou conhecida mundialmente há um ano com a canção "Rather Be", viu cinco músicas no topo das listas britânicas e arrasou com seu primeiro disco "I Cry When I Laugh" (2015), enquanto a banda foi definida pela "BBC" como o "Som de 2015", e teve seus singles "King" e "Shine" nas listas de Estados Unidos, Canadá, Austrália e Alemanha.

Este foi o ano em que vários artistas como Taylor Swift e Adele se posicionaram contra o compartilhamento de suas criações em plataformas de música em "streaming", enquanto outros, como o rapper e produtor Jay-Z, lançaram a sua própria, Tidal, com o objetivo de conquistar o espaço dominado pelo Spotify.

Entre os promotores do Tidal está Madonna, que lançou seu 13º álbum, "Rebel Heart", mas que será mais lembrada em 2015 por sua queda no Grammy, e também Chris Martin, líder de Coldplay, que lançou "A Head Full of Dreams", álbum com que retornam a um som enérgico, com toques dance e pop, bem distantes da melancolia pela qual são conhecidos.

As grandes divas do reino do pop colheram triunfos, apesar de não terem lançado novos trabalhos. É o caso da americana Taylor Swift, que arrecadou até o momento US$ 173 milhões (R$ 608 milhões) com a "1989 Tour" e ao liderar as listas de mais vendidos com "Bad Blood", disco que contém uma sofisticada e grudenta alfinetada em sua rival Katy Perry.

E por falar nela, Katy Perry foi a mulher mais bem paga da indústria da música, segundo a lista elaborada anualmente pela revista "Forbes", com US$ 135 milhões (R$ 504 milhões) após lotar estádios no mundo todo com a turnê "Prismatic World Tour".

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