Brasileira será 1ª mulher a dirigir a Orquestra Filarmônica de Montevidéu
A brasileira Ligia Amadio foi apresentada nesta terça-feira (31) no Teatro Solís de Montevidéu como a primeira mulher a ocupar o cargo de diretora da Orquestra Filarmônica da capital uruguaia.
"Estou absolutamente entusiasmada e com a perspectiva de estar convivendo com esta maravilhosa orquestra e com o público uruguaio, que adoro, e muito motivada com as perspectivas artísticas de nossa programação", disse Ligia à imprensa após ser apresentada.
Segundo a nova diretora, a próxima temporada concederá um lugar "privilegiado" para os músicos uruguaios.
"Vamos insistir na música uruguaia, nos compositores e solistas uruguaios, além da grande música internacional, que também é sempre parte das temporadas das orquestras", disse.
Em relação às políticas de descentralização do governo local, Amadio disse que o objetivo da Filarmônica será "elevar a orquestra o máximo possível a um público diferente do público do Teatro Solís".
"Todo o público tem o direito de escutar a Filarmônica e a música clássica. As pessoas às vezes dizem que não gostam de música clássica porque não conhecem, porque não têm a oportunidade de conviver com esta música", analisou.
A orquestra oferecerá ao longo de 2017 um total de 39 concertos, entre os quais haverá vários em igrejas e ao ar livre como parte da política de descentralização, além dos 20 da temporada oficial e outras apresentações em datas extraordinárias.
Seguindo a linha das políticas de igualdade de gênero impulsionadas pela cidade, também haverá três diretoras convidadas que liderarão a orquestra em concertos especiais.
"É uma inovação porque as mulheres estão sempre muito afastadas dos palcos", disse Ligia.
A diretora brasileira, que já trabalha há três meses na organização da temporada, estreará no dia 12 de fevereiro em um concerto que prestará homenagem aos ritmos latino-americanos.
Amadio, que já trabalhou no Uruguai à frente da orquestra do Auditório Nacional, conta com experiência na América, na Europa e na Ásia e foi a primeira mulher premiada em 30 anos de existência do Concurso Internacional de Tóquio em 1997.
3 Comentários
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.
Parabéns mesmo! Mas espero que não haja influência de poder na conquista. Que seja pelo talento.
Espero que possa trazer a Filarmônica de Montevidéu ao Brasil. Mas para palcos de melhor acústica (e piano, por exemplo) que o da UFF, onde dirigiu a Sinfônica da Universidade e, apesar das dificuldades, a fez apresentar-se de forma impressionante.