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The Strokes e Jamie Lidell são os destaques da primeira noite do Tim Festival no Rio

FERNANDO KAIDA e FELIPE VAZQUEZ<br> Enviados especiais ao Rio

22/10/2005 12h03

A apresentação do quinteto nova-iorquino de rock The Strokes, com um show feito de hits de seus dois discos lançados até hoje e com músicas inéditas, e a apresentação do cantor inglês Jamie Lidell, com sua black music experimental, foram os destaques da sexta-feira (21), primeira noite do Tim Festival no Rio.

Atração mais aguardada do festival, a banda subiu ao palco por volta da 0h20, após apresentações do Mundo Livre S/A e Kings of Leon, para o delírio de uma platéia que lotou o palco Main Stage (4.000
pessoas).

O grupo apresentou músicas dos discos "Is This It", de 2001, e "Room on Fire", de 2003, além de inéditas, que deverão fazer parte de seu próximo álbum, "First Impressions of Earth", que tem lançamento previsto para janeiro de 2006.

Os fãs da banda, que pularam e cantaram animadamente todos os sucessos durante o show, desde as 19h já formavam fila na entrada do Main Stage para assistir à apresentação, a primeira do grupo no Brasil.

Outro show de destaque da noite foi o do inglês Jamie Lidell, no Tim Lab. O público reduzido (cerca de 400 pessoas) que acompanhou a apresentação foi seduzido pela inovadora mistura de música eletrônica e
soul music, e pela voz marcante de Lidell, comparável a de estrelas da black music, como Prince, Otis Redding e Marvin Gaye.

O cantor apresentou baladas rhythm and blues de seu disco mais recente, "Multiply", como "This City", "What is This Time?" e a faixa título, e improvisos de house experimental, reminiscência de seus trabalhos anteriores, como o álbum "Muddlin Gear", e suas parcerias com os produtores de música eletrônica Cristian Vogel e Matthew Herbert.

Outro fator que cativou a platéia foi o humor e um certo ar de deboche da apresentação do cantor, que estava vestido com um robe dourado, e de seu fiel escudeiro-videomaker Pablo Fiasco, que, além de produzir imagens para a apresentação, em certos momentos ajuda Lidell a se paramentar com capacetes e outros adereços extravagentes de figurino.

O grupo pernambucano Mundo Livre S/A abriu a programação do Main Stage às 22h. Durante cerca de uma hora, a banda mostrou músicas de sua carreira, como "Bolo de Ameixa", "Homero o Junkie" e "Melô das Musas", além de uma reinterpretação de "Guns of Brixton", sucesso da banda inglesa The Clash.

O grupo apresentou também novidades, como "Soy Loco Por Sol", que faz referência a personagem Sol da novela "América", e está no EP "Bebadogroove", lançamento mais recente da banda, vendido apenas em shows.

Logo em seguida, por volta das 23h05, foi a vez do grupo norte-americano Kings of Leon mostrar seu som calcado no country rock setentista. O quarteto formado pelos irmãos Caleb, Jared e Nathan Followill, e seu primo Matthew, fez uma apresentação que, apesar da qualidade técnica na execução, mais pesada do que as gravações nos discos, não foi suficiente para conquistar o público.

A postura da banda, que pouco se comunicou com a platéia, ajudou a passar a impressão de um show sem espaço para improvisos ou surpresas. Ao final do show, o Main Stage já estava praticamente lotado com o público que aguardava a entrada da principal atração da noite, os Strokes.

No Tim Lab, além da ótima apresentação de Jamie Lidell e seu videomaker performático Pablo Fiasco, cuja paresentação registrou o maior público (e animação) deste palco, a noite contou ainda com as apresentações do grupo M. Takara 3, trio liderado pelo músico Maurício Takara, e do cantor, ator e cineasta Vincent Gallo.

Takara apresentou seu jazz eletrônico experimental com uma formação original: duas baterias, trumpete, bases eletrônicas e samplers. O
show, devido à falta de público, começou com uma hora e meia de atraso (0h30) para uma platéia ainda escassa, de cerca de 200 pessoas.

Vincent Gallo fez um show com um certo ar sombrio que não empolgou o público, ainda sob efeito da apresentação de Jamie Lidell. Gallo apresentou em seu repertório músicas do disco "When" (Warp Records, 2001) e "Records of Music for Film" (2002), por volta das 3h30, para um público de cerca de 250 pessoas.

O palco Tim Club foi o cenário de gala do evento, com lotação esgotada. A Bob Mintzer Big Band se apresentou para um público que ainda chegava ao evento. No segundo show, o guitarrista Russel Malone e o pianista Benny Green fizeram uma apresentação estilo easy-listening, em que misturaram canções pop dos Carpenters e James Taylor a clássicos do jazz. Mas o grande destaque da noite ficou por conta do saxofonista Wayne Shorter e sua banda, que abusou dos improvisos e desconstruções musicais.

No Motomix, Arthur Baker mostrou seu electro seminal, seguido depois por Peretz, alter ego de Perry Farrell, vocalista do Jane's Addicition, que tocou por cerca de duas horas, até ser praticamente "expulso" pela platéia. Farrell passeou entre o house e o progressivo, com algumas intervenções discretas ao microfone, e depois passou para o eletrônico mais pop ao fim de seu set, o que irritou o público, que começou a pedir sua saída, com gritos de "sai", por volta das 5h. Finalmente Peretz deixou as picapes para a entrada aplaudida do brasiliense Nego Moçambique, que deu novo ânimo à platéia até as 6h30. Leia também|Tim Festival no Rio reúne 31 mil em três noites de shows|http://musica.uol.com.br/ultnot/2005/10/24/ult89u6065.jhtm|Público de McLaughlin e Shakti aprova Enrico Rava e Spok Frevo|http://musica.uol.com.br/ultnot/2005/10/24/ult89u6070.jhtm|Television e Elvis Costello brilham em última noite de Tim no Rio|http://musica.uol.com.br/ultnot/2005/10/24/ult89u6069.jhtm|Kings of Convenience faz show intimista no Tim Lab|http://musica.uol.com.br/ultnot/2005/10/24/ult89u6068.jhtm|Strokes coroa tendência retrô em noite paulistana de Tim Festival|http://musica.uol.com.br/ultnot/2005/10/24/ult89u6067.jhtm|Segunda noite do Tim no Rio destacou hip hop, rock independente e funk carioca|http://musica.uol.com.br/ultnot/2005/10/23/ult89u6064.jhtm|Wayne Shorter reescreve a história do Jazz no Tim Club, em São Paulo|http://musica.uol.com.br/ultnot/2005/10/23/ult89u6056.jhtm|Arcade Fire levanta platéia do Tim Lab carioca|http://musica.uol.com.br/ultnot/2005/10/23/ult89u6055.jhtm|M.I.A. recebe "ajuda" de Deise Tigrona para ganhar público no Rio|http://musica.uol.com.br/ultnot/2005/10/23/ult89u6054.jhtm|De La Soul mostra mais de 15 anos de hip hop na segunda noite do Tim carioca|http://musica.uol.com.br/ultnot/2005/10/23/ult89u6053.jhtm|The Strokes e Jamie Lidell são os destaques da primeira nopite de Tim no Rio|http://musica.uol.com.br/ultnot/2005/10/22/ult89u6052.jhtm|Jamie Lidell mostra seu soul eletrônico no Rio de Janeiro|http://musica.uol.com.br/ultnot/2005/10/22/ult89u6050.jhtm|Público reduzido se empolga com primeira noite do Tim Club em SP|http://musica.uol.com.br/ultnot/2005/10/22/ult89u6045.jhtm|Strokes tocam hits e faixas inéditas em primeiro show brasileiro|http://musica.uol.com.br/ultnot/2005/10/22/ult89u6044.jhtm