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The Ting Tings prova que é melhor em disco do que no palco e eletrônica encerra festival Planeta Terra

A cantora e guitarrista Katie White durante show do Ting Tings no Planeta Terra, em SP (07/11/2009) - Mila Mahuly/UOL
A cantora e guitarrista Katie White durante show do Ting Tings no Planeta Terra, em SP (07/11/2009) Imagem: Mila Mahuly/UOL

Mariana Tramontina

Da Redação

08/11/2009 04h37

O Ting Tings concentrou o público mais jovem do festival em frente ao palco secundário do Planeta Terra, em São Paulo, enquanto Iggy Pop arrastava os veteranos do rock and roll para o palco principal. A tarefa não cumprida dos ingleses Katie White e Jules De Martino: provar que são bons de palco tanto quanto soam em disco.

Com um repertório ainda escasso, a dupla que só tem dois anos de estrada concentrou o show no primeiro e único CD lançado, "We Started Nothing", de 2008. Em 45 minutos de apresentação, eles não chegaram a tocar as dez faixas do álbum, mas deram ao público versões ao vivo de "Traffic Light", "Keep Your Head", "Be the One" e o hino "We Started Nothing".

Surpresos com a quantidade de fãs brasileiros e de pessoas que sabiam cantar suas músicas, a dupla respondeu à boa recepção com interação. Com um papel na mão, Katie disse em seu português de estrangeiro: "estamos muito felizes em tocar pela primeira vez no Brasil. Meu português é uma merda. Vou parar de falar e vamos dançar", ao introduzir "Fruit Machine".

As músicas funcionam bem ao vivo, mas não chegam perto do efeito que causam na gravação do álbum. Daí "Great DJ", "That's Not My Name" e "Fruit Machine" serem alguns dos hits mais tocados nas pistas dos últimos tempos.

Enquanto Jules De Martino reveza-se entre a bateria e o teclado, Katie White solta a mão na guitarra e não poupa o público de seus gritos agudos. Mas o peso da banda está todo em bases gravadas. Baixo, batidas eletrônicas, vocais e uma segunda guitarra são os sons mais fortes do show, tudo em sampler, a um passo dos botões dos aparelhos.

Sem sair da aparelhagem eletrônica, o palco secundário do festival recebeu na sequência o projeto N.A.S.A., pilotado por DJ Zegon (ex-Planet Hemp) e o DJ e produtor norte-americano Squeak E. Clean. A dupla trouxe os recursos de eletrônica dos anos 90 em cima de bases com samplers de músicas dos anos 60 e 70, que vai de Pink Floyd, Temptations, James Brown e chega aos anos 90 de Beastie Boys e White Stripes.

Enquanto os DJs comandavam as picapes, dançarinas com o corpo todo pintado de cor prateada dividiram espaço com alienígenas, disputando a melhor coreografia. O show seguiu o mesmo roteiro que a dupla apresentou na edição 2008 do Nokia Trends, em São Paulo. Com a missão de encerrar a edição 2009 do festival, o DJ Anthony Rother, que já tocou no Skol Beats, assume o palco secundário com electro e techno. (MARIANA TRAMONTINA)

Outras atrações
Os curitibanos do Fuja Lurdes, vencedores do concurso Hit-Zero, foram a atração de abertura do palco secundário do festival e começaram o show pouco depois das 17h. Com postura e som diametralmente opostos, os paulistanos do EX! entraram no palco às 18h com um dance rock animado, timbres de teclado vintage e visual colorido. O também curitibano Copacabana Club foi recebido às 19h30, bastante semelhante à atração anterior tanto no som quanto na imagem.

O mesmo palco recebeu Patrick Wolf e sua banda às 21h, que tiveram de competir com o Primal Scream pela atenção do público. Momentos dançantes se alternaram a passagens instrumentais que chegaram a lembrar os bons momentos do rock progressivo e do glam. Na sequência, o músico deu espaço aos ares de discoteca da música do Metronomy. (PEDRO CARVALHO)