Sting ignora disco recém-lançado para tocar sucessos antigos; Jason Mraz estreia em SP com show morno
Sting lançou, neste segundo semestre, "If on a Winter's Night", trabalho temático sobre inverno e influenciado pela música clássica. Mas, segundo já havia adiantado em entrevista ao UOL Música, sua apresentação em São Paulo, neste domingo (22), foi o oposto do disco, "pois no Brasil é sempre verão". Tão oposto que Sting ignorou completamente o novo álbum e trouxe ao Brasil os grandes sucessos de sua carreira solo e de sua antiga banda The Police.
O músico de 58 anos veio a São Paulo, em apresentação única no país, para encerrar o festival Natura Nós About Us, na enlameada Chácara do Jóckey e sob uma forte chuva. Em uma caminhada pelo passado, Sting selecionou para o público de 14 mil pessoas músicas que todos conheciam. Abriu o show com "If I Ever Lose My Faith In You", resgatada lá de 1993, do disco "Ten Summoner's Tales". Ganhou o público ao voltar um pouco mais no tempo com "Message in a Bottle", sucesso de 1979 do Police, e trouxe de 1987 "Englishman in New York", de seu disco solo "...Nothing Like the Sun".
De 1983 veio "Synchronicity", do álbum homônimo do Police, emendada com "Every Little Thing She Does Is Magic", de dois anos antes. "If You Love Somebody Set Them Free", primeiro single do álbum solo de estreia de Sting, veio de 1985, e "Fields of Gold" voltou ao mesmo disco "Ten Summoner's Tales".
Mas tão chato quanto rememorar a idade das músicas é assistir ao show do Sting nos dias de hoje. Em duas longas horas de duração, o veterano músico lembrou que tem sucessos invejáveis em sua discografia e ressaltou seu talento no baixo e violão, mas exagerou nas versões arrastadas e virtuosas das composições. A céu aberto e em uma ampla pista foi difícil conter a dispersão em canções como "Bring on the Night".
Simpático, carismático e gentil, o barbudo Sting estava visivelmente contente de tocar para o público brasileiro mais uma vez --sua última visita ao país foi em 2007. "Ah, que saudade, São Paulo", ele disse em bom português, idioma que adotou em quase toda as vezes que falou com a plateia. E os fãs retribuíram o carinho vibrando a cada hit que aparecia no show,
Sting não deixa dúvidas de que a estrada por onde percorreu nestes anos todos foi promissora, mas seu show funcionaria melhor em um lugar fechado e menor. Seus sucessos talvez não soassem tão sonolentos, embora tenha sido possível ir embora com uma sensação de boa impressão, já que o músico deixou para o final as obrigatórias "Desert Rose", King of Pain" e "Every Breath You Take", além de "Fragile" com a participação do cacique Raoni, líder dos caiapós, encerrando o evento em prol da sustentabilidade do planeta.
Jason Mraz traz big band para cantar "I'm Yours"
Antes de Sting, subiu ao palco Jason Mraz, um nome incomum dono de dois grandes hits pop da atualidade. O cantor do estado norte-americano de Virginia, que faz sua primeira turnê pelo Brasil, trouxe músicas pouco divulgadas por aqui para preencher o seu repertório principal: "I'm Yours" e "Lucky", duas faixas que apareceram em novelas globais e determinaram a vinda do músico ao país.
"Lucky", que originalmente foi gravada com Colbie Caillat, ganhou a participação ao vivo de Sandy no palco. A cantora foi recebida com aplausos pelo público, mas sua apresentação foi morna e sem entrosamento com Jason.
À frente de uma big band, com naipes de metal e uma sessão de percussão, Jason calibrou sua apresentação em cima do disco mais recente "We Sing, We Dance, We Steal Things", de 2008. Em seu show apareceram ainda músicas como "The Remedy (I Won't Worry)", "Details in the Fabric" e "Coyotes".
O show tem essências marcantes de reggae, músicos competentes e boas execuções instrumentais, mas com pouco tempo de presença no mercado brasileiro, o cantor poderia se dar por satisfeito apenas com o coro uníssono em "I'm Yours". Jason Mraz, um cantor com cara de verão, encerrou sua apresentação com "Butterfly" sob uma forte chuva que caía no palco.
Antes de a noite cair em São Paulo, três nomes brasileiros já haviam aquecido o público com música e discursos sobre aquecimento global, reciclagem e questões naturais. O Afroreggae deu as boas vindas por volta das 14h30 e abriu o palco para Arnaldo Antunes. O cantor, que tem o ex-Ira! Edgar Scandurra na guitarra, apresentou em formato mais enxuto seu novo trabalho "Iê Iê Iê".
Carlinhos Brown veio na sequência, por volta das 17h, com uma banda de dez integrantes. Inicialmente prejudicado por problemas no som, o músico fez uma releitura da música nacional com sucessos como "Uma Brasileira" (parceria de Carlinhos com Herbert Vianna), "Velha Infância" (Tribalistas), "Beija-Flor" (Timbalada) e "Taj Mahal" (Jorge Ben Jor). Lenine se apresentou na sequência cantando músicas como "Candeeiro Encantado", "A Rede", "Hoje Eu Quero Sair Só" e "Paciência", que ofereceu ao tempo. (MARIANA TRAMONTINA)
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