Moby: "A música eletrônica não tem língua, vem de qualquer lugar"
"É um show dos melhores hits". Assim Moby define sua nova apresentação, que passa este mês pelo Brasil para divulgar o disco "Wait For Me", lançado no final de junho de 2009. "Há algumas canções desse disco, mas há muitas músicas de álbuns antigos, como 'Play' e '18'. Então é realmente um show de sucessos", adiantou ele em entrevista exclusiva ao UOL Música.
A turnê já passou por Brasília, Porto Alegre e Curitiba, e chega nesta sexta-feira (23) a São Paulo e no sábado (24) ao Rio de Janeiro. Nas outras cidades, o público brasileiro ouviu músicas como "We Are All Made of Stars", "Why Does My Heart Feel So Bad?", "Bodyrock" e as versões para "Walk On the Wild Side", de Lou Reed, e "Whole Lotta Love", do Led Zeppelin.
Apesar de subir ao palco com mais oito pessoas, a gravação de "Wait For Me" foi um trabalho solitário, lançado pelo seu próprio selo, Little Idiot Records. E a primeira música de trabalho, "Shot in the Back of the Head", ganhou um vídeo dirigido por David Lynch.
Na entrevista, Moby fala ainda sobre o trabalho sem ajuda de uma gravadora, a música eletrônica que "vem de qualquer lugar" e os remixes que lançará com os brasileiros Mixhell (dupla formada por Igor Cavalera e sua mulher, Laima Leyton) e Gui Boratto. Assista a entrevista em inglês e leia abaixo a tradução:
UOL MÚSICA ENTREVISTA MOBY
UOL Música - "Wait For Me" é um disco de músicas melódicas e delicadas, diferente de "Last Night" (2008) que tinha foco na dance music. O novo álbum é uma reflexão de um momento mais tranquilo em sua vida?
Moby - Musicalmente, eu tenho uma experiência estranha porque eu era muIto jovem quando comecei a tocar música clássica, toquei em bandas de punk rock, toquei em uma banda de jazz por um tempo, era DJ, então foram diferentes tipos de som, mas a música que eu realmente amo é mais calma, mais emocional, mais pessoal. Então neste álbum, "Wait For Me", o foco é na música emocional e mais pessoal.
UOL Música - Como foi adaptar essas músicas para o palco? Como é seu novo show?
Moby - Eu estou em turnê há 14 meses e há oito pessoas no palco. Temos uma seção de cordas, duas vocalistas, baterista, tecladista, baixista, eu toco guitarra, percussão e canto. É um grande show. É uma apresentação de melhores hits, há algumas canções do último disco, mas há muitas músicas de álbuns antigos, como "Play" e "18". Então é realmente um show de sucessos.
UOL Música - Você lançou "Wait For Me" por seu próprio selo. É melhor, para você, trabalhar sozinho? O que isso muda na sua música?
Moby - Eu gravei sozinho o disco. E uma das melhores coisas de gravar o álbum por minha conta é que eu tenho total controle criativo e posso fazer coisas estranhas que uma gravadora nunca me deixaria fazer. O primeiro single, "Shot In The Back Of The Head", não tem vocais, nunca vai tocar no rádio e o vídeo foi feito pelo cineasta David Lynch e nunca é mostrado na TV. Então há coisas estranhas que não são permitidas fazer se você tem contrato com uma gravadora.
UOL Música - Por que escolheu David Lynch para dirigir o clipe?
Moby - Eu sou muito sortudo por ter David Lynch na direção do vídeo. Ele é meu amigo e eu perguntei se ele estava interessado em fazer um curta para uma das minhas músicas, e ele disse que sim. E ele fez um interessante vídeo obscuro com partes de animação. Eu acho isso ótimo porque ele é um dos meus cineastas preferidos.
UOL Música - "Go", seu primeiro grande sucesso, completa 20 anos em 2011. Qual balanço você faz hoje dessa sua trajetória, que o tornou uma das pessoas mais importantes da música eletrônica?
Moby - Eu nunca tive expectativa de ter uma carreira de músico, eu só pensei que eu poderia fazer música no meu quarto e que ninguém ouviria isso. Então, quando "Go" se tornou um sucesso isso me deixou muito surpreso, porque eu nunca esperei por sucesso. De fato, eu ter uma carreira musical de sucesso há tanto tempo ainda me surpreende, porque eu pensei que eu seria apenas um professor que faz música e que ninguém ouviria.
UOL Música - Você vai lançar em maio o disco "Wait For Me Remixes" com faixas dos brasileiros Mixhell e Gui Boratto. Como aconteceu essa parceria? A música eletrônica tem nacionalidade?
Moby - Eu já toquei com Mixhell, e eu gosto do trabalho dele. E Gui Boratto eu não o conheço pessoalmente, mas eu gosto muito de seus remixes. Eu tive sorte. Uma das coisas mais legais da música eletrônica é que ela vem de qualquer lugar. Muitas músicas pop para ter sucesso global precisam ser cantadas em inglês, mas a música eletrônica não tem língua. Então há DJs em Tóquio, Brasil, Nova Zelândia, Rússia, Estados Unidos, todos fazendo música eletrônica e como a maioria não tem língua isso ajuda a pessoas de outros países que não necessariamente falam inglês.
UOL Música - O que você tem escutado hoje em dia? Você gosta da música dos anos 2000?
Moby - Eu ouço muito punk rock antigo, velhos blues e música clássica. Eu não ouço muita música nova, porque eu gosto do jeito que as gravações eram feitas nos anos 40, 50, 60 e 70. Eu realmente não gosto do jeito das gravações atuais, eu não gosto de música pop. Eu gosto de dance em danceterias, mas eu gosto mais de ouvir um blues dos anos 40 do que ouvir alguma coisa feita nos dias de hoje.
MOBY EM SÃO PAULO
Quando: 23/04, a partir das 22h
Onde: Credicard Hall (Av. das Nações Unidas, 17.955, Santo Amaro)
Quanto: R$ 100 (plateia superior 3), R$ 110 (plateia superior 2), R$ 120 (plateia superior 1), R$ 200 (pista), R$ 350 (camarote 2) e R$ 400 (camarote 1 e pista premium)
Ingressos: bilheteria da casa, no site www.ticketsforfun.com.br, pelo telefone 4003-5588 e em pontos de venda credenciados.
MOBY NO RIO DE JANEIRO
Quando: 24/04, às 22h
Onde: Citibank Hall (Av. Ayrton Senna, 3000, Shopping Via Parque, Barra da Tijuca)
Quanto: R$ 140 (pista), R$ 200 (poltronas), R$ 280 (pista premium) e R$ 300 (camarote)
Ingressos: bilheteria da casa, no site www.ticketsforfun.com.br, pelo telefone 4003-5588 e em pontos de venda credenciados.
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