Com 2º disco, Caps Lock foge de rótulos e diz que "quem não ouve música acha que rock é tudo igual"
De Piracicaba, no interior de São Paulo, para a van. Essa é uma das mudanças que o Caps Lock adotou nos últimos meses, desde o lançamento do disco "Fazer Diferente". Com a agenda cada vez mais movimentada, o quarteto pouco tem ficado em casa. "Faz uns cinco dias que estamos viajando", conta o vocalista Max. O número crescente de shows tem motivo: a música "Pode o Sol Sair" nas rádios do país e a indicação na categoria Revelação (apesar dos sete anos de existência) nos Meus Prêmios Nick.
"Fazer Diferente" é o segundo trabalho do Caps Lock. O anterior, a estreia "Um Pouco Mais", saiu em 2007 sob a supervisão de Rick Bonadio e Rodrigo Castanha. Dessa vez, o quarteto entrou em estúdio apenas com o respaldo de Castanha para construir as 14 faixas que estão no disco. "O melhor que temos a oferecer está neste álbum", garante Max em entrevista ao UOL Música.
Como surgiu a banda?
Formada em 2003, durante o ensino médio em Piracicaba (SP), para tocar em festivais estudantis. Depois que algumas músicas começaram a cair na boca dos amigos, a banda foi levada a sério.
Por que Caps Lock?
Começou como Supernova, mas outro grupo do Rio já tinha o registro do nome. À procura de nova identidade, a banda se inspirou no grupo de amigos, que se chamava Alt F4. A tendência de buscar inspiração no teclado do computador foi mantida.
O primeiro single é a faixa de abertura "Pode o Sol Sair", que já ganhou dois clipes: um oficial e outro em versão acústica, lançado neste domingo (18) em São Paulo. A sugestão para ser a música de trabalho veio dos fãs. "Fizemos uma pré-seleção das faixas e mostramos a eles para saber qual gostavam mais. E nos surpreendeu, achávamos que escolheriam 'Se Tudo For Real'", lembra.
As duas músicas, no entanto, tiveram tratamento diferenciado pelo Caps Lock. No disco, as faixas fazem dobradinha na abertura e no encerramento. "Primeiro elas aparecem elétricas e no final acústicas. É legal ter essa segunda versão para quem gosta de música mais calma. Mas, independente da roupagem, o importante é que elas têm uma essência legal", avalia o vocalista de 24 anos.
O modo desplugado também é transferido aos palcos. "Temos dois shows: um normal, com a banda, e outro que levamos nas escolas para o público que não pode ir às nossas apresentações", conta. O show em escolas é beneficente: é assim que a banda arrecada caixas de leite e entrega a entidades com crianças carentes. "Os fãs indicam uma escola na sua cidade, a gente faz a proposta e procura uma rádio local para divulgar. Tem funcionado muito bem".
Caps Lock - "Pode o Sol Sair"
O contato direto com os fãs, mantido principalmente pela internet --apesar de negar que sejam nerds da web--, ganhou recentemente mais uma plataforma: o portal do fã-clube oficial. "É uma rede social dos nossos fãs. Ele se cadastra, faz um perfil com a foto dele, manda fotos com a gente, conversa com outros fãs, fica sabendo de tudo sobre a banda", explica Max, lembrando que o processo de criação do novo disco teve ajuda peculiar dos seus seguidores, que até sugeriram temas para as composições.
Assim como as bandas de sua geração, as letras do Caps Lock giram em torno dos relacionamentos --tanto Max quanto o guitarrista Sté, o baterista Carlinhos e o baixista Thiago estão namorando. "A ideia é que as canções proponham uma história com uma saída, com uma mensagem positiva", conta o vocalista. A diferença da banda, segundo o cantor, é que não há elementos eletrônicos em seu som. "Nossa música é mais orgânica. Só tem bateria, guitarra, baixo e vocal mesmo. E cada um de nós tem uma influência, mas escolhemos três nomes em comum para dar um norte no nosso trabalho: Paramore, Fall Out Boy e John Mayer".
Max, que diz ter começado a tocar na mesma época de NX Zero e Fresno, admite que não dá para fugir do balaio do atual pop rock nacional que inclui ainda Cine, Restart e Hori. "Os fãs são praticamente os mesmos", analisa. Mas o vocalista garante que está longe de fazer parte de um movimento definido. "Não somos emo nem coloridos. Sempre tocamos o som que a gente gosta, sincero. Fazemos rock, mas deixamos livre para quem quiser definir as raizes da banda", brinca.
E incomoda ser rotulado quando se quer fazer diferente? "Antigamente sim, nos perguntávamos por que associavam isso à gente. Até citaram que usávamos calça colorida, e nunca vestimos isso! Mas hoje acho que é normal, tem muita molecada tocando. Para quem não ouve música sempre, rock acaba parecendo tudo igual. É como dizer que samba e pagode são as mesmas coisas", compara. Max ressalta que o Caps Lock é amigo de todas as bandas, e acrescenta: "é importante ter tendências para não apagar a chama do rock".
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