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Zeca Pagodinho estreia turnê de novo disco e diz que "o povo sente saudade dos sambas de dor de cotovelo"

O cantor Zeca Pagodinho em foto de divulgação do disco "Vida da Minha Vida" (2010) - Guto Costa/Divulgação
O cantor Zeca Pagodinho em foto de divulgação do disco "Vida da Minha Vida" (2010) Imagem: Guto Costa/Divulgação

MARIANA TRAMONTINA

Da Redação

03/12/2010 07h00

Mais um desafio. É assim que Zeca Pagodinho define sua nova turnê, que estreia nesta sexta-feira (3) em São Paulo. "Fizemos só cinco ensaios para esse show, mas 'tá' bom. Os músicos estão afinadinhos", fala o cantor ao UOL Música, por telefone, de seu apartamento no Rio de Janeiro, enquanto interrompe a entrevista para apreciar o pôr-do-sol da varanda do 27º andar, de frente para a Praia da Barra. "Esse é de aplaudir", relata.

Ser entrevistado não é a tarefa mais divertida para Zeca. Por isso, o cantor tenta a todo momento transformar a burocracia em conversa. Fala do samba, dos amigos, da família. "Noah não vai ao meu show. Está com a agenda cheia. Tem um aniversário atrás do outro para ir", brinca Zeca sobre o neto de oito meses. "Quando viajo, a gente se fala por telefone. Eu sinto saudade dele, mas também tenho saudade do palco e do povo de São Paulo", continua, retomando sua turnê ao assunto.

O show na capital paulista faz parte da promoção do recém-lançado "Vida da Minha Vida", 22º título da discografia de Zeca, que agora recupera os temas românticos para o seu repertório. "O povo sente saudade dos sambas de dor de cotovelo", ele fala sobre faixas como "Desacerto", "Hoje Sei Que Te Amo" e "Pela Casa Inteira". "O samba é bom de qualquer jeito, mas pode vir com um toque melancólico. Mas não muito melancólico, com aquela coisa de botar nego pra chorar, né?".

Além de músicas do novo trabalho --"não vai ser o disco inteiro", ele avisa--, estão no show outros sucessos da carreira de Zeca, como "Verdade", "Samba Pras Moças" e "Deixa a Vida Me Levar". Está programada ainda uma homenagem a grandes nomes da música. "Tem Nelson Cavaquinho, cem anos de Noel Rosa, de Adoniran Barbosa, cem anos de muitos outros. Tem um bocado de gente para homenagear no palco".

O novo disco tem colaborações, entre outros, de Alcione, Velha Guarda da Portela, Velha Guarda do Império Serrano, Moacyr Luz, Dona Ivone Lara e Beth Carvalho, a quem Zeca considera sua madrinha no samba e dedica "Vida da Minha Vida". Nenhum deles, no entanto, deve participar do show. "Bom, não que eu saiba. Porque toda vez aparece alguém. Dudu [Nobre], Arlindo [Cruz], tem sempre um passando na plateia, e aí vai parar no palco também".

O lançamento da turnê coincide com a semana de comemoração do Dia Nacional do Samba, celebrado nesta última quinta-feira (2). Zeca diz que o cenário para o gênero "'tá' legal, 'tá' todo mundo trabalhando. O samba não vai morrer, tem que deixar o pessoal cantar, e que se dane. Melhor que ficar aí roubando os outros. Cantar é bom".

Após a estreia em São Paulo, no Credicard Hall, onde o cantor volta a se apresentar no sábado (4), o show segue para o Rio de Janeiro (Citibank Hall) nos dias 10 e 11 de dezembro, e no dia 17 vai para o sul, na cidade de Pelotas.


ZECA PAGODINHO EM SP

Quando:
hoje (3) e sábado (4), a partir das 22h
Onde: Credicard Hall (av. das Nações Unidas, 17.955, Santo Amaro)
Quanto: R$ 70 (plateia superior), R$ 80 (poltrona setor 2), R$ 100 (mesa setor 2), R$ 110 (poltrona setor 1), R$ 140 (mesa setor 1 e camarote setor 2), R$ 180 (mesa setor vip) e R$ 200 (camarote setor 1) --há meia-entrada para todos os setores
Ingressos: bilheteria do Credicard Hall, pelo telefone 4003-5588 (válido para todo país), pelo site www.ticketsforfun.com.br e nos pontos de venda credenciados
Classificação: 16 anos, mas jovens de 14 e 15 anos entram acompanhados de pais ou responsáveis