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Com discurso político e público no palco, Pennywise estreia novo vocalista em show cru em SP

Público invade palco no show do Pennywise no Via Funchal, em São Paulo (03/12/2010) - Stephan Solon/Divulgação
Público invade palco no show do Pennywise no Via Funchal, em São Paulo (03/12/2010) Imagem: Stephan Solon/Divulgação

ESTEFANI MEDEIROS

Especial para o UOL

04/12/2010 11h18

Depois de uma apresentação em Fortaleza na última quinta-feira (2), a banda Pennywise desembarcou em São Paulo para o segundo dos quatro shows que fazem parte da turnê que percorre o país. Ainda sem álbum pronto e estreando novo vocalista depois de uma recente crise, o quarteto californiano tocou nesta última sexta-feira (3) para um público pequeno no Via Funchal.

Com abertura do powertrio de hardcore paulistano Nitrominds, o Pennywise começou o show por volta das 22h30 com “Everysingle Day”, do álbum “About Time”, de 1995. Atrás da bateria, estava um banner homenageando o ex-baixista e um dos fundadores da banda, Jason Matthew Thirsk, que cometeu suicídio em 1996 e faria 43 anos no próximo dia 25 de dezembro.

Substituindo o primeiro líder da banda, Jim Lindberg, o vocalista da conterrânea Ignite, Zoli Teglas, se mostrou entrosado com os outros integrantes. Em um show cru e sem firulas, o baixista Randy Bradbury, o guitarrista Fletcher Dragge e o baterista Byron McMackin mostraram o peso de suas músicas e a intensidade de seus refrões moldados em forma de rimas inspiradas por gritos de guerra.

Mesmo participando de um grande show com o Bad Religion em 2004, quando Teglas perguntou: “quem está pela primeira vez em um show do Pennywise?”, grande parte da plateia levantou a mão. E isso justificou boa parte da euforia dos fãs presentes. A banda apostou nos singles de seus primeiros álbuns e sons como “Society”, “Same Old Story”, “Fuck Authority” e “Straight Ahead” foram os responsáveis pelas maiores rodas de bate-cabeça.

Alguns fãs arriscaram pular a grade de proteção para se aproximar do palco, mas foram retirados pelos seguranças até que Teglas pedisse para que o público se acalmasse para o show continuar. O primeiro cover punk da noite foi “Astro Zombies”, do Misfits, como sequência de “Greed”, do álbum “Straight Ahead”, de 1999.

Entre uma música e outra, Teglas e Dragge aproveitavam para mostrar o ativismo da banda em prática e diziam palavras de ordem e conscientização política. Teglas, com uma camiseta de um grupo vegan, pediu que o responsável por uma ONG que protege animais marinhos subisse e desse algumas palavras em português para o público.

“Nowhere Fast”, “Searching” e “Something to live for” mantiveram o público agitado. Teglas até tentou manter a tradição de chamar um fã para cantar o cover de “Stand By Me”, de Ben E King, mas terminou a música sozinho.

Depois de uma parada rápida para o bis, a banda voltou com “Alien” e a mais  esperada da noite, “Bro Hymm”, quando os fãs correram para o palco para cantar com a banda. A situação fugiu do controle e, mesmo com o quarteto pedindo para que se acalmassem, algumas pessoas caíram do palco e um rapaz saiu levado por uma cadeira de rodas.

Mesmo contabilizando mais de 22 anos de banda, incluindo troca de integrantes tumultuadas e situações polêmicas, o Pennywise mostrou durante o show que ainda tem fôlego para suar a camiseta de muito adolescente.

Veja as músicas que a banda tocou em São Paulo:

“Everysingle Day”
“My Own Country”
“Can’t Believe it”
“What If I”
“Peaceful Day”
“Same Old Story”
“Living for Today”
“Greed - Astro Zombies" (Misfits cover)
“Society”
“Waiting”
“Fuck Authority”
“Straight Ahead”
“Nowhere Fast”
“Searching”
“Something to live for”
“Stand By Me" (cover)

bis
“Alien”
“Bro Hymm”