Com segundo álbum, Replace deixa a independência e diz que é uma nova banda
Já faz cinco anos que o Replace está em férias sem fim. É assim que o vocalista Beto Ferrari define a sensação de se ter uma banda. "Isso de viajar o tempo todo, conhecer gente, essa coisa de estar entre amigos... é a melhor parte de ter banda. É como uma excursão de férias", ele conta. E agora com um novo disco nas mãos, produzido por Giu Daga e sob os cuidados de Rick Bonadio, o Replace começa a acumular mais milhas Brasil afora.
Alguns prêmios (como Banda Revelação Nacional da revista "Capricho") e indicações (Banda Revelação no VMB 2010) depois, a banda de Beto, dos guitarristas Vine e Pêu, do baixista Koala e do baterista Caio acaba de lançar "Até Aqui", que chega às lojas pelo selo Midas Music, distribuído pela gravadora Universal. O segundo álbum do Replace mescla algumas canções do primeiro disco, "Vida de Papel" (2008, independente), com nova roupagem e outras inéditas, como "Sempre Que Sai o Sol" e "Verdadeiro Valor".
Por que Replace?
Replace é o nome de uma música da banda santista Garage Fuzz e carrega o significado de "mudança". A ideia da banda é substituir pensamentos ruins por bons. O nome Replace foi decidido em reunião numa pizzaria, lugar preferido dos músicos.
Do processo de total autonomia, o Replace assinou contrato com Bonadio e passou a frequentar as dependências do estúdio Midas, em São Paulo, para a gravação do álbum que Beto define como "um novo Replace". "Apesar de independente, ficamos com medo de arriscar no primeiro disco. Dessa vez resolvemos mostrar para o Rick o que gostamos, levamos para ele nossas misturas e ele achou o máximo. Se ele estava confiante, nós também estávamos", lembra Beto em entrevista por telefone ao UOL Música.
As misturas a que Beto se refere são os elementos de hip-hop, as programações eletrônicas, o power pop das palminhas e os scratches sob uma base de pop e rock que a banda coloca em "Até Aqui". "O Bonadio sempre perguntou muito sobre nossa identidade. O medo dele era lançar o Replace e a gente entrar na onda do happy rock, que a gente não é. Ele nos deixou bem a vontade para fazermos nosso som. Por isso é um disco com a nossa cara", conta o vocalista.
Trilha sonora para a vida
Do álbum de estreia, uma das composições que destacaram o Replace foi "Ponto de Paz", que ganhou nova versão em "Até Aqui". "Essa música deu uma reviravolta na gente. A banda cresceu muito por causa dela, fizemos o clipe e agora uma gravação nova para o disco". Mas a música de trabalho é "Nosso Tempo", que no final de março vai ganhar videoclipe. "Essa música é mais forte que a outra, mais madura, e mostra que a gente sabe escrever sobre amor também", conta o vocalista de 24 anos.
Replace - "Ponto de Paz"
E é de amor que eles falam. As letras das 13 músicas do disco, incluindo uma faixa escondida, giram em torno de um tema comum: relacionamentos. "A gente já passou por muito relacionamento", diz ele sobre os amigos de banda Vine de 22 anos, Pêu de 24, Koala de 22 e Caio de 23. "Independente da idade é legal falar disso, porque música é trilha sonora para a vida", fala Beto, acrescentando que em "Até Aqui" as histórias são de outras pessoas. "São coisas que me contaram ou que ouvi por aí, tipo na fila do banco. Guardo tudo e tento escrever de um jeito para a galera se identificar e dizer 'parece que o cara tá falando de mim'".
O Replace faz parte de uma geração de bandas que define o atual pop rock nacional jovem, em que estão ainda Restart, Cine, Strike e Hori. Para Beto, o desafio de mostrar o diferencial entre grupos que compartilham até mesmo os fãs é no palco. "As outras bandas têm um público mais feminino, o nosso é mais masculino. A gente é mais maloqueiro, então às vezes no jeito que você fala com a plateia já é diferente", fala. "Mas é claro que adoramos quando as meninas estão lá e levam cartazes. A gente guarda todos", brinca ele.
E são esses fãs que o Replace espera levar na bagagem. "A gente se espelha muito em bandas que têm história, tipo o Garage Fuzz, que nos inspirou no nome da banda. Eles não têm gravadora, não tocam no rádio e continuam fazendo shows, eles são gigantes. A gente também quer fazer uma carreira assim. Não queremos continuar dependendo só de televisão e rádio para sempre. Queremos construir uma base de fãs que estará sempre com a gente".
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